Eleições 2020

Sem pesquisa registrada, três nomes ganham destaque na corrida para prefeitura de Ilhéus

A menos de 20 dias das eleições, a cidade de Ilhéus, no sul do estado, não conta com uma pesquisa eleitoral registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Sem os números, o espaço para apostas se torna mais fértil e, nas ruas, não há unanimidade em relação ao vencedor do pleito. Neste ano, oito pessoas concorrem às eleições, entre elas o prefeito Mário Alexandre, o Marão (PSD), que quer as rédeas da cidade por mais quatro anos.

A oposição tenta explicar a falta da pesquisa: a possível baixa popularidade do atual gestor. Mas, sem esse termômetro, o resultado continua incerto, embora três nomes tenham mais destaque, segundo eleitores ouvidos.

“Três nomes chamam mais atenção, o próprio prefeito, Cacá e Valdorico Júnior. Mas o clima por aqui anda morno demais e parece que a rivalidade, sobretudo entre Marão e Cacá Colchões, é de comadres”, diz um repórter de um site local. A falta de rivalidade do qual o repórter se queixa pode ter uma explicação na ausência do palanque onde os discursos costumam ser inflamados, dando um tom ao clima típico de campanha.  

Farpas

Mas o jogo de provocação continua acontecendo, só que de forma mais sutil e por meio das redes sociais. A provocação também está no discurso do principal opositor do prefeito, o Cacá Colchões (PP), que chega com a promessa de colocar a cidade no “eixo”. O progressista utiliza dois episódios da atual gestão para desestabilizar Marão. 

O primeiro aconteceu no início do ano passado, quando 500 servidores admitidos sem concurso e contratados por meio de seleção simplificada, entre 1983 e 1988, foram exonerados pela prefeitura após uma ação judicial.

Em 2017, três pessoas aprovadas em um concurso realizado no ano anterior entraram na Justiça solicitando que todos os candidatos do certame fossem convocados e os não estáveis e com contratados temporários demitidos. A prefeitura tentou recorrer da decisão, mas sem sucesso. 

“Eu comprei essa causa perante a Procuradoria do Município e a associação dos servidores para buscar um caminho. Eles saíram injustiçados, sem direito a FGTS e sem aviso prévio. Uma decisão arbitrária”, comenta Cacá.

O segundo é mais recente e aconteceu em setembro deste ano, quando o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) determinou a Marão a devolução, com recursos próprios, do montante de R$2.246.723,93, em razão do pagamento indevido de juros e multas ao INSS, por atraso no repasse das contribuições previdenciárias no exercício de 2019. 

O gestor se defende: “Não houve nenhum ato de corrupção no meu governo, diferente de outras gestões, onde prefeitos foram cassados. Eles [oposição] estão querendo de qualquer forma denegrir minha imagem porque são 3 anos e 10 meses sem nenhum episódio de corrupção e improbidade administrativa na minha gestão”, rebate Marão. 

Apoio

Mais o pior baque que Marão pode ter sofrido foi o anúncio de apoio do PT à oposição. A sigla indicou como vice de Cacá, o ex-presidente do partido na Bahia, Everaldo Anunciação. O apadrinhamento de Rui Costa era cobiçado já que ele tem forte influência na cidade, como aponta uma pesquisa de consumo interno do PP. Segundo a sigla, 60% dos eleitores ilheenses avaliam de forma positiva a gestão do governador.

O apoio, claro, é utilizado para impulsionar a campanha. Em um vídeo publicado em seu perfil no Instagram, Cacá, ao lado do vice-governador João Leão (PP), reforça a parceria e alfineta o prefeito: “O verdadeiro prefeito de Ilhéus é o governador Rui Costa”, disse.

Resta agora a resposta das urnas, a chance de um revanche, já que, em 2016, Cacá foi derrotado por Marão, que levou a melhor com 41,83% dos votos válidos, ante 17,50% do opositor. 

Novo nome

À beira dessa briga, surge o filho do ex-prefeito da cidade, Valdorico Júnior (DEM), aposta do prefeito ACM Neto para ganhar as eleições. O empresário vem com o discurso de mundança e se considera uma opção para a alta abstenção da última eleição municipal .

Em 2016, 35.422 (26,16%) dos 100.002 eleitores deixaram de ir às urnas. “A renovação é preciso, o termômeto nacional pede isso (…) As pessoas precisam resgatar a vontade de fazer a mudança na política e isso só pode ser feito por meio do voto”, comentou.

E nessa corrida para a conquista da prefeitura o que ele menos deseja é que a cassação do mandato do pai, Valdorico Reis, em 2007, por suposta frações político-administrativas, seja utilizada para descredibilizar a sua campanha. “Meu pai é meu pai, eu sou eu, mas quero aprender com os erros e acertos de todos, inclusive aqueles que tenho em casa”, completou o candidato. 

Fonte:BNews

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