Novo pólo de exploração de minérios vai transformar a Bahia no segundo maior produtor de ferro do Brasil
O geólogo João Carlos Cavalcanti apresentou nessa segunda-feira (10/06), no auditório da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), o projeto que visa a exploração de uma nova província mineral na Bahia com reservas de minério de ferro, manganês, cobre, zinco, lítio, bauxita, grafeno e fosfato, entre outros minerais. JC Cavalcanti, que realizou pesquisas durante mais de uma década, revelou que as reservas são maiores que as de Carajás, no Pará.
De acordo com o geólogo, a Província Mineral do Vale do Paramirim se estende por cerca de 12 mil km² nas regiões sudoeste e oeste da Bahia e está concentrada em mais de 32 municípios, como Caetité, Brumado, Paramirim, Igaporã, Ibipitanga, Macaúbas, Lagoa Real, Matina, Riacho de Santana, Dom Basílio e Tanque Novo, entre outros.
JC acredita que com a implantação de projeto existe a situação concreta de colocar a Bahia no mercado internacional, com condições de transformar o Vale do Paramirim em um grande exportador de minério de ferro, de zinco, lítio, grafeno e fosfato. De acordo com o geólogo, o projeto irá gerar de 12 a 14 mil empregos diretos, quando estiver em pleno desenvolvimento. E no setor de mineração, segundo ele, cada emprego direto gera outros 13 indiretos.
Estão sendo prospectados investimentos totais da ordem de U$ 2 a 4 bilhões. “Estamos fazendo contatos internacionais e já conseguimos a adesão dos quatro maiores grupos de siderurgia do mundo que manifestaram interesse em trabalhar com o projeto”, afirmou JC, que estimou sua duração plena em mais de dez anos entre investimentos, prospecção e pesquisa.
O vice-governador João Leão reforçou a intenção do governo do estado em não medir esforços para alavancar o setor na Bahia, que implica também no desenvolvimento do Porto Sul e da Fiol. “Sem dúvida, o Porto Sul será o catalizador da retomada do desenvolvimento do Sul da Bahia”, assegurou.
Para o presidente da CBPM, Antonio Carlos Marcial Tramm, é necessário “determinar o papel que a Bahia tem nessa história, pois juntas, as reservas da Bamin e as da província de Paramirim, tem condições de colocar o Estado como o segundo maior produtor de ferro do Brasil”. Tramm destacou a importância de o Estado aproveitar iniciativas dessa natureza “porque mineração não é só a riqueza da empresa, do minerador, representa também o progresso e o desenvolvimento em regiões que precisam de emprego e renda”.
Segundo ele, a maior parte das reservas minerais da Bahia, algo em torno de 70 por cento, estão no semiárido, que é uma região pobre e carente de investimentos. “Essa parceria vai servir para levar mais para frente o potencial do minério do Estado. O que nos interessa é que a Bahia cresça. Esse é o nosso foco”, pontuou.
De acordo com as geólogas Graciane da Silva e Alane Cordara, que compõem a equipe técnica do projeto, o potencial de extração de ferro ao longo da vida útil da mina deve chegar à casa de 1,5 bilhão de toneladas. E, o que é melhor, sem a necessidade de implantação das tão famigeradas barragens de rejeito, que tantos problemas ambientais têm criado no país nos últimos anos.