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Salvador – Dia Municipal da Criança Negra é celebrado com seminário virtual

O Dia Municipal da Criança Negra (Lei nº 8.247/2011) foi celebrado pela Câmara, na manhã desta terça-feira (16), com a realização de um seminário virtual (webinário) que serviu para valorizar a data em Salvador e apontou para a educação e a autoestima como pilares para a criança negra superar o racismo. A videoconferência foi promovida pela Escola do Legislativo Péricles Gusmão Régis, em parceria com a Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen). A vereadora Marta Rodrigues (PT) dirigiu os trabalhos.

“Hojé é um dia de celebração e reflexão”, afirmou Marta Rodrigues. A líder do PT na Câmara frisou que a Lei nº 8.247/2011 repercute diretamente na elevação da autoestima das crianças negras. A parlamentar condenou o trabalho infantil e destacou que vem trabalhando com a Conen para que a data seja comemorada nas esferas estadual e federal.

A conexão da data municipal com o Dia da Criança do Continente Africano marcou a fala de Gilberto Leal, representante da Conen. Conforme Gilberto, a data foi institucionalizada pela Organização da Unidade Africana (OUA), em Addis Abeba, Etiópia, desde 1991. “É uma data em memória dos meninos negros do Soweto, massacrados em 1976 por terem protestado contra a discriminação no ensino”, informou.

No entendimento de Gilberto Leal, as escolas precisam ser inclusivas para a criança negra se apresentar por inteira, sem ser subjugada. “A data também serve para denunciar abusos e as situações de violência contra as crianças negras”, acrescentou.

Educação

“Não podemos falar do presente sem falar do passado”, observou Mamadu Djabi Djalo, convidado especial da Guiné-Bissau. Ele destacou a importância da data pelo ponto de vista da criança africana, desde a marcha pacífica ocorrida em Soweto. Frisou ainda que “uma boa educação é fundamental para assegurar um futuro melhor para as crianças negras”.

Mariana Nunes, deputada federal do Parlamento Jovem, defende que o Dia Municipal da Criança Negra seja comemorado nacionalmente. Ela também frisou que a autoestima é fundamental para a criança negra superar os traumas do racismo. Ainda em sua fala, lamentou que as mazelas sociais atingem mais as crianças e os jovens negros. “Tenho esperança de uma representatividade maior do negro. Temos que acreditar e lutar para empoderar”, ressaltou.

A educadora Hamilta Queirós, representante das creches comunitárias, também defendeu a educação como porta libertadora para um futuro melhor. Ela relatou alguns problemas enfrentados pelo segmento, destacando que as crianças precisam de alimentação, de material didático e chegam com a saúde debilitada.

Já Telma Vieira, de Rede de Bibliotecas Comunitárias, falou sobre o processo de confecção de bonecas abayomi, vistas como símbolo de resistência, tradição e poder feminino do povo negro.

O webinário teve a participação de internautas e contou com uma intervenção poética de França Mahin.

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