Cultura

Documentário sobre samba junino celebra Agosto da Igualdade Racial

Em celebração pelo Agosto da Igualdade Racial, o documentário “Samba Junino – De Porta em Porta” será lançado gratuitamente no próximo dia 6, às 18h30, no Espaço de Cinema Glauber Rocha, e exibido durante este mês em mais quatro locais. A obra é assinada pela cineasta Fabíola Aquino, que divide direção e roteiro com Dayane Sena. Com financiamento da Fundação Gregório de Mattos (FGM), a iniciativa integra as ações de Salvaguarda do Samba Junino, coordenadas pela Prefeitura.

O documentário musical mostra o ritmo inserido em um movimento de resistência e luta da cultura negra. Produzido pela Obá Cacauê Produções, com duração de 52 minutos, o filme evidencia o surgimento do movimento oriundo dos bairros periféricos e com predominância da população negra de Salvador, tendo inicio no final da década de 1970.

A narrativa também destaca que, ao influenciar na formação da música baiana, o ritmo contribuiu para dar visibilidade a artistas como Ninha, Tatau, Tonho Matéria, Xexéu, Márcio Vitor e os Irmãos Passa-Fé, entre tantos outros. Já sonoridade marcante – com batidas aceleradas que apresentam um “samba duro”, gênero irmão do samba caboclo – e as letras melódicas do ritmo ganharam as vozes de cantores como Daniela Mercury e Jorge Zarath.

Resgate e preservação – “Toda essa memória precisava ser resgatada e preservada. A FGM deu o primeiro grande passo com o Registro da Salvaguarda em 2018. Nossa missão, com este documentário, foi construir uma narrativa que abrangesse os principais aspectos que marcam as características do samba junino”, ressalta Fabíola.

O presidente da FGM, Fernando Guerreiro, acredita que o estilo estimula o combate à intolerância religiosa e promove a igualdade racial. “A intolerância passa pelo esvaziamento de conteúdo. No momento em que contribuímos para a divulgação desse ritmo, criamos um movimento que diminui essa intolerância. Não posso deixar de destacar todos os grandes lutadores que mantêm o samba junino vivo, sejam pessoas, grupos ou heróis. São pessoas que, com ou sem condições, põem o movimento nas ruas há décadas. A minha relação com esses apaixonados pelo samba junino é de total reverência”, avalia.

Criado na comunidade do Engenho Velho de Brotas, o cantor Ninha, personagem do documentário, afirma que o samba junino faz parte de um processo de resistência do povo negro da Bahia, além de promover, de forma efetiva, o resgate das tradições populares da capital. “Muitas pessoas fizeram o samba junino acontecer. Quando começo a cantar, seja onde for, tenho a consciência que foi o samba quem me deu esse direito. Viva o samba junino!”, festeja o cantor.

Locais – Além do Espaço de Cinema Glauber Rocha, o “Samba Junino – De Porta em Porta” será lançado em mais quatro locais. No dia 9, acontecerá nos dois cineclubes Boca de Brasa: um no Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), em Valéria, às 15h, e outro no Subúrbio 360, em Coutos.

No dia 11, a exibição será feita às 17h30, na Casa do Maestro, na Rua do Mestre Pastinha, 365, Federação. Por fim, o ciclo de lançamento do documentário será encerrado no dia 23, às 19h, no Colégio Estadual Cidade de Curitiba, na Rua Padre Luis Filgueiras, Engenho Velho de Brotas.

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