Comissão de Ciência e Tecnologia debate os danos causados pela burocracia à pesquisa no país
Buscar soluções para diminuir o peso e os entraves da burocracia na pesquisa de ciência e tecnologia no país. Este foi o tema principal de uma nova rodada da Comissão de Ciência e Tecnologia, Ciência e Informática (CCTCI) realizada nesta quinta-feira (30.05) na Câmara dos Deputados. O encontro contou com a participação de deputados, professores e pesquisadores da várias instituições do ensino superior do país.
Dados da Fiesp apontam que a burocracia custa cerca de R$ 46 bilhões ao Brasil, além de incentivar a informalidade. Para a instituição, o PIB nacional poderia crescer cerca de 17% com simplificações.
Segundo o deputado federal Félix Mendonça Jr. (PDT-BA), presidente da CCTCI, a produção de conhecimento hoje acontece numa velocidade nunca vista. “Acompanhar essa dinâmica é essencial para que o Brasil possa se destacar no cenário internacional, gerando conhecimento e emprego de qualidade”, afirmou.
Ele lamenta as dificuldades por conta dos entraves burocráticos, que deixam o andamento das pesquisas mais lento. “A burocracia é tão excessiva que, em determinadas áreas, a demora na aquisição de insumos básicos acaba inviabilizando a execução dos projetos. É preciso dar maior atenção a essa questão, que tem proporcionado uma grande fuga de cérebros do nosso país”, destacou.
Fernando Peregrino, presidente do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica, destacou que o excesso de burocracia no país asfixia o trabalho de pesquisa. “São dificuldades para conseguir financiamento, para prestar contas, para importar insumos e por aí vai”, disse.
O encontro da CCTCI foi elogiado pela professora Lygia Pereira, docente da Universidade de São Paulo (USP). “Como cientista, é a primeira vez que vejo este assunto ser debatido em uma audiência pública. Normalmente esta discussão se dá no âmbito da academia”, revelou.