Fé e Política nas eleições de Salvador
A cidade de Salvador tem sua tradição religiosa ligada a Igreja Católica. Hoje sabemos que as religiões de matriz africana encontraram o caminho da resistência e também fazem parte da tradição religiosa da capital da Bahia. Contudo o catolicismo manteve-se como religião oficial até bem pouco tempo atrás, ou seja, o Brasil e Salvador eram católicos.
Esta mesma Igreja, talvez por ser tão poderosa, nunca se preocupou em entrar na política de forma direta e exercer sua influência ao lado do Estado, ao contrário, sempre buscou lançar luzes para os graves problemas do país através de suas próprias ações que repercutiam e repercutem na sociedade brasileira como um todo, um grande exemplo disto são as campanhas da fraternidade.
Tendo em vista o avançar da teologia da prosperidade através das Igrejas Protestantes Neo Petencostais e sua organização e desdobramento em partido político como o PSC, a Igreja Católica começa a perceber a necessidade de também se organizar e se aproximar do estado.
O pleito eleitoral de 2020 tem revelado isso, pois há três candidatos a Vereador declaradamente católicos, disputando cada voto desta instituição religiosa que resiste a contemporaneidade, são eles Jorceval Rodrigues, Vereador candidato a reeleição, Geovane Azevedo e Adriano Wirz. Não sabemos qual deles seus fiéis irão escolher para representá-los na Câmara de Vereadores Municipal, nem mesmo se será possível eleger todos os três, o fato é que o catolicismo mostrou a sua cara novamente nestas eleições e ainda que sem o mesmo brilho de outrora a Igreja Católica tem sim uma comunidade muito grande e relevante nesta cidade.
Não se pode subestimar a força desta igreja, seja por sua fé, seja por seu peso dentro do país e também de Salvador, cabe lembrar que as CEB’s, Comunidades Eclesiais de Base, tem sua origem na Igreja Católica, embora de caráter mais rural, o fato é que este movimento ajudou a fundar o PT, hoje o maior partido do Brasil que dirigiu os destinos da nação por mais de uma década, ainda que um grande intelectual brasileiro tenha afirmado livro como a década perdida, não se deve subestimar o PT, muito menos a Igreja.
Artigo de Fabricio Torres