Domingo no TCA celebra 35 anos da Escola de Dança da Funceb
A programação do evento inclui a apresentação de três coreografias da instituição, que é integrada ao Centro de Formação em Artes (CFA). A obra “Aramimo”, assinada por Matheus Ambrozi, enaltece a força ancestral representada pelos arquétipos dos orixás, como uma das formas de potência do sujeito contemporânea frente às complexidades da vida. Nesse sentido, dançar “Aramimo” é falar de territórios sagrados. A coreografia apresenta movimentações inspiradas nas simbologias dos orixás, conteúdo presente no componente Dança Afro-brasileira do curso profissional da escola.
Em “Sabe de Nada Inocente”, com construção coreográfica de Robson Portela, há uma homenagem às festas de largo, quebradeiras, e às massas. Dos guetos e favelas dos subúrbios baianos às torres de som, o chamado “pagodão” atua como difusor das culturas periféricas, através da música e dança. Essa coreografia busca poesia na natureza pragmática, erótica e insurgente das culturas de massa. Os corpos em cena atuam como uma via expressa para enunciação social, lugar exposto e ambíguo, que problematiza tabus, preconceitos, discriminação, gênero e sexualidade.
Por fim, a coreografia “Andanças”, da Quadrilha Junina da Funceb, traz como metáfora a travessia, o deslocamento contínuo em busca do futuro, além dos movimentos migratórios que descentralizam a cultura nordestina. A performance, concebida por Márcio Fidélis, expressa as esperanças do povo que mesmo em cenários desfavoráveis, não desistiu de cultuar seus valores e crenças. A montagem celebra o lançamento Quadrilha Junina da Funceb, uma ação estratégica que objetiva demarcar o protagonismo artístico, cultural e político de manifestações populares no contemporâneo e, em especial, para o desenvolvimento dos processos formativos do CFA.