Desmatamento em área indígena sai do controle no governo Bolsonaro
De abril a junho deste ano, número de células de desmatamento aumentou 85% em relação ao mesmo período em 2021
O Instituto Imazon publicou estudo em que revela como o desmatamento avança criminosamente sobre as terras indígenas no país. Os dados mostram áreas já devastadas sofrendo pressão para serem expandidas. A concentração dos focos é chamada de célula de desmatamento. Quanto mais células, pior o cenário. De abril a junho deste ano, o número de células de desmatamento aumentou 85% em relação ao mesmo período em 2021.
O levantamento foi exibido em reportagem do Jornal Nacional e mostrou que, das dez terras indígenas mais pressionadas pelo desmatamento, cinco ficam no Pará. “A terra Apyteréwa, entre os municípios de São Félix do Xingu e Altamira, é a que mais perdeu floresta nativa pelo segundo ano seguido”, diz a matéria.
Somente no mês de junho deste ano, a Apyteréwa concentrou metade de todo o desmatamento ocorrido em terras indígenas na Amazônia. “O território do povo Parakanã foi homologado em 2007, mas até hoje está ocupado por mais de dois mil grileiros, apesar de a Justiça ter determinado a retirada dos invasores”, relatou a reportagem. E especialistas apontam que o desmatamento na Amazônia caminha para se tornar incontrolável.
Ministério dos povos indígenas
O ex-presidente Lula disse que o Brasil de 2023 estará em condições muito piores do que as que ele encarou em seu primeiro mandato, vinte anos atrás, sobretudo por causa do desmonte generalizado imposto pela gestão bolsonarista.
“Quando nós chegamos ao governo, em 2003, tinha um forte desmatamento no país. Nós levamos dois anos preparando estruturas para que a gente pudesse tomar atitude de proteção ao meio ambiente, e aí nós diminuímos o desmatamento de forma seguida até a gente conseguir reduzir o desmatamento em 80%.”, afirmou.
Neste sentido, para garantir a proteção da população indígena, o programa de governo da Coligação Brasil da Esperança estabelece a criação de um ministério dos povos indígenas. “Só tem uma razão de eu ser candidato a presidente da República, é para tentar provar que esse povo pode voltar a ser feliz. Que o povo pode volte a sonhar com uma escola técnica, com universidade, em viajar, ir passear, de ter acesso a coisas interessantes, e que esse povo possa olhar um país que não faça desmatamento”, completou Lula.