Canonizada pelo Papa Francisco, Irmã Dulce agora é Santa Dulce dos Pobres
Santa Dulce dos Pobres. É assim que Irmã Dulce, o Anjo Bom da Bahia, passa a ser chamada após a Missa da canonização presidida pelo Papa Francisco, às 5h de hoje (13), no Vaticano. Logo no início da Celebração Eucarística, houve a invocação ao Espírito Santo e a apresentação dos cinco beatos a serem canonizados, pelo prefeito da Congregação das Causas dos Santos, cardeal Angelo Becciu. Em seguida, foi entoada a Ladainha de Todos os Santos.
Após a Ladainha, o Papa recitou a Fórmula da Canonização, em latim. “Em honra da Santíssima Trindade, pela exaltação da fé católica e para incremento da vida cristã, com autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, os santos apóstolos Pedro e Paulo, depois de haver refletido longamente, ter invocado a ajuda divina e escutado o parecer de muitos irmãos do episcopado, declaramos e definimos santos os beatos: John Henry Newman, Giuseppina Vannini, Mariam Thresia Chiramel, Dulce Lopes Pontes e Marguerite Bauys”, declarou o pontífice.
No Vaticano, os fiéis comemoraram com gritos e palmas de alegria. “Hoje canonizamos santos que são os nossos intercessores. Jesus, fica conosco e nós começaremos a brilhar de forma a ser uma luz para os outros”, disse o Papa Francisco durante a homilia.
A relíquia da Santa Dulce dos Pobres – pequeno fragmento do osso da costela – estava em um altar, ao lado das relíquias dos outros canonizados, em frente à Basílica de São Pedro. O relicário é um coração de ametista, que ficará guardado na Capela das Relíquias, no Vaticano.
Assim que leu os nomes dos cinco novos santos, o Sumo Pontífice declarou: “Inscrivamo-los no Livro dos Santos, estabelecendo que eles sejam venerados, assim, por toda a Igreja. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.
Os milagres
O processo de canonização de Irmã Dulce é o terceiro mais rápido da história – apenas 27 anos após a sua morte. São inúmeros os relatos de graças alcançadas, mas dois destes milagres realizados por Jesus por meio da intercessão da Santa Dulce dos Pobres foram reconhecidos pela Igreja e a levaram à honra dos altares.
O primeiro foi o caso de Cláudia Cristina dos Santos que sofreu uma hemorragia durante 18 horas após o parto. Diante da gravidade, após ser transferida de hospital, a família de Cláudia chamou o padre para ministrar o Sacramento da Unção dos Enfermos. O padre, então, fez uma oração e entregou à Cláudia uma medalha de Irmã Dulce. Sem explicação, a hemorragia cessou. Este milagre foi comprovado e, em 2011, Irmã Dulce foi proclamada Bem-Aventurada Dulce dos Pobres.
Mais de três anos após a beatificação, aconteceu o segundo milagre que a elevou como santa. Cego devido a um glaucoma, o maestro José Maurício Moreira contraiu uma conjuntivite. Sem conseguir dormir, Maurício pegou uma pequena imagem de Irmã Dulce e suplicou que ela o ajudasse. Foi então que algo inexplicável aconteceu: Maurício adormeceu e, na manhã seguinte, teve a visão restaurada.
Embora tenha voltado a enxergar, os exames clínicos do miraculado continuam como sendo de um paciente cego. “Eu ouvi de médicos que eu nunca ia voltar a enxergar porque a visão perdida do nervo ótico não se recupera. Eu nunca pedi para voltar a enxergar, pois eu tinha consciência de que era impossível. O que Irmã Dulce me deu foi muito mais do que a cura da conjuntivite ou o alívio da dor. Ela atendeu a minha oração. É uma gratidão infinita, pois eu nunca imaginei que isso ia acontecer em minha vida”, disse o miraculado.
Fonte: Arquidiocese de Salvador