Meio Ambiente

Webinar marca avanço do PROT’AIR com diagnóstico preliminar da APA Caminhos Ecológicos da Boa Esperança

A Secretaria do Meio Ambiente (Sema) celebrou, nesta sexta-feira (31), durante um Webinar promovido em parceria com a Federação dos Parques Naturais Regionais da França, o avanço da primeira fase do Projeto PROT’AIR, que tem como foco o Turismo Sustentável e as Áreas Protegidas sob a gestão da França-Bahia. Já na sua terceira edição, o Webinar tem como foco promover a troca de conhecimentos sobre as etapas do projeto, visando a implantação da abordagem integrada dos Parques Naturais Regionais franceses.

O encontro aconteceu de forma virtual e teve como objetivo compreender a gestão e as potencialidades das áreas protegidas na Bahia, em particular, o que envolve a Área de Proteção Ambiental (APA) Caminhos Ecológicos da Boa Esperança. A escolha da APA para a primeira fase do PROT’AIR se deu em função do território, que abrange ainda outros municípios: Ubaíra, Jiquiriçá, Teolândia, Taperoá, Nilo Peçanha, Cairú e Valença, perfazendo uma área estimada de 230.296 hectares (ha).

Durante o Webinar, representantes da Sema e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) contextualizaram temas que envolvem a unidade e apresentaram o diagnóstico preliminar da APA, realizado no período de novembro de 2024 – após o lançamento oficial do Projeto na França – a janeiro de 2025.

Mateus Camilo, coordenador de gestão de Unidades de Conservação (UC’s) do Inema, fez uma abordagem inicial sobre a importância da APA e da Estação Ecológica da Boa Esperança, situada no município de Wenceslau Guimarães, destacando sua relevância ambiental, cultural e social. O gestor enfatizou a complexidade da gestão dessas áreas, mencionando a sobreposição de interesses e as restrições legais que regulam seu uso.

“A gestão dessas áreas é extremamente complexa, pois envolve a sobreposição de diversos interesses – ambientais, sociais e econômicos – que precisam ser conciliados. Além disso, existem restrições legais que regulam o uso do território, garantindo a conservação da biodiversidade, mas que, ao mesmo tempo, precisam ser equilibradas com as demandas das comunidades locais. Nosso desafio é construir estratégias que viabilizem o uso sustentável dos recursos naturais sem comprometer a integridade ecológica da unidade”, destacou Camilo.

Na sequência, Maiana Pitombo, assessora do Gabinete da Sema, destacou a necessidade de ações de educação ambiental, reflorestamento e recomposição de áreas de preservação permanente (APPs) ao longo dos rios. A Estação Ecológica foi identificada como um refúgio ecológico com significativa biodiversidade e endemismo, sendo comparada a reservas integrais da França.

“Identificamos um grande potencial de conservação e desenvolvimento sustentável na unidade, mas também desafios significativos, como desmatamento, ocupações irregulares e a necessidade de ordenamento territorial. O fomento florestal e a criação de corredores ecológicos podem ser estratégias essenciais para garantir a preservação da biodiversidade e o equilíbrio ambiental da região”, enfatizou Maiana. Entretanto, foram identificados desafios expressivos na unidade em questão, como desmatamento, ocupações irregulares e poluição hídrica, o que reforça a necessidade de ações estratégicas para preservação e recuperação ambiental.

Para Maiana, o turismo ecológico comunitário surge como uma alternativa viável para geração de renda, desde que seja acompanhado de infraestrutura adequada e planejamento. “Precisamos fortalecer parcerias e estruturar melhor a região, aproveitando seu potencial natural e gastronômico de forma sustentável, alinhada às boas práticas internacionais. Essas ações serão intensificadas em fevereiro, com a chegada de uma voluntária francesa na Bahia, selecionada pelo Projeto, para trabalhar em parceria nos diagnósticos territoriais e promover o intercâmbio de experiências, identificando iniciativas em andamento no Estado da Bahia em termos de agroecologia e turismo sustentável”, acrescentou a assessora.

Para além desses encontros, estão previstos ainda uma série de webinários temáticos abertos sobre agricultura familiar e turismo sustentável, incluindo a ligação entre esses dois componentes. Além disso, o projeto também prevê a realização de pesquisa conjunta sobre o inventário da APA Caminhos Ecológicos da Boa Esperança, envolvendo agricultores, empresários, chefs de cozinha, consumidores e funcionários públicos.

Sobre o PROT’AIR – O projeto envolve uma rede de parceiros, incluindo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), a Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e a Universidade de Toulouse Jean-Jaurès. Essa cooperação multidisciplinar visa capacitar gestores de áreas protegidas e desenvolver práticas de turismo sustentável adaptadas ao contexto brasileiro, inspiradas na abordagem francesa, reconhecida mundialmente.

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