“Se temos alegria, força e boa energia, é por conta dos próprios blocos afro”, declara Jerônimo na saída do Ilê Aiyê
O desfile, que mistura Carnaval com rituais do candomblé e a celebração do marco, contou com a presença do governador Jerônimo Rodrigues e outras autoridades
A tradicional e disputada saída do Bloco Ilê Aiyê, no bairro do Curuzu, em Salvador, teve um elemento especial neste sábado (10): a comemoração dos 50 anos do Mais Belo dos Belos em 2024. O desfile, que mistura Carnaval com rituais do candomblé e a celebração do marco, contou com a presença do governador Jerônimo Rodrigues e outras autoridades. Este ano, o Governo do Estado investiu R$ 1 milhão para a apoiar a entidade através do Programa Ouro Negro, que foi ampliado para atender a uma maior quantidade de grupos de matrizes africanas na capital e no interior baiano.
“50 anos de bloco afro na Bahia hoje, e estamos homenageando isso esse ano. E eu me comprometi a fazer uma agenda posterior ao Carnaval, para dar ainda mais atenção, apesar de que o Ouro Negro fez isso com propriedade. Se temos alegria, força e boa energia, é por conta dos próprios blocos afro, mas também pela parceria do Governo do Estado, em fortalecer os recursos, investindo na cultura do estado da Bahia”, afirmou o governador.
Com mais de 3 mil associados para o Carnaval 2024, o bloco celebrou o cinquentenário com o tema “Com o axé de Mãe Hilda Jitolu, a invenção do Bloco Afro. Ah, se não fosse o Ilê Aiyê”. “Aqui tem uma representatividade toda especial. A saída do Ilê tem energia mágica, um simbolismo que marca a nossa história, da nossa cultura, do nosso povo e da nossa gente”, destacou o vice-governador e coordenador do Carnaval, Geraldo Júnior, que também prestigiou a saída.
Além da comunidade do Curuzu, baianos e turistas, personalidades também participaram do momento, com destaque para o cantor e compositor Caetano Veloso. “A saída do Ilê Ayê é um dos retratos do Carnaval da Bahia, que é um verdadeiro caldeirão cultural. Nós assistimos aqui uma cerimônia religiosa, antes de um grupo de filhos de santo, negros, descendentes de escravos, desfilarem pelas avenidas dessa cidade. É isso que atrai visitantes para a Bahia. Essa efervecência cultural que só tem na Bahia”, disse o secretário de turismo, Maurício Bacellar.
Após a emblemática saída do Curuzu, o Bloco Ilê Aiyê segue para o desfile no Campo Grande.