Odontologia na UTI? A importância da odontologia hospitalar para o sucesso do tratamento nos casos de COVID19
A higienização correta dos dentes faz parte do conjunto de práticas que leva as pessoas ao bem-estar e a qualidade de vida. Pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI), podem ter a saúde oral comprometida se o hospital não contar com uma equipe de dentistas para tratar o indivíduo. O ambiente bucal, devido à sua temperatura e umidade característica, é um ambiente propício à proliferação de bactérias e fungos e, ter um profissional dentista na UTI ajuda no controle de infecções.
Segundo pesquisa realizada no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP), USP, e publicado pela Society for Healthcare Epidemiology of America (SHEA), as chances de o paciente desenvolver infecções no sistema respiratório cai em torno de 56%. Esses dados compunham uma pesquisa envolvendo 254 pacientes, metade recebeu apenas os cuidados básicos, enquanto a outra porção teve tratamento oral completo. O grupo que recebeu mais atenção, foi o que obteve os melhores resultados no controle de infecções.
Quando se intuba um paciente pode ocorrer por agentes causadores da pneumonia nosocomial e pneumonia adquirida no ambiente hospitalar um agravamento significativo no prontuário do paciente. Geralmente são bactérias e fungos que se alojam na placa dentária, que já pode ser clinicamente detectada 24 horas após a última escovação. A cavidade bucal é a área do corpo com maior número de microrganismos, esses fungos e bactérias presentes na cavidade oral são transportadas às vias aéreas inferiores, causando infecções oportunistas. Por isso, a presença de um profissional é de extrema importância nesse ambiente. Pois, o dentista na UTI ajuda no controle de infecções, ao aplicar as melhores maneiras de garantir a segurança do paciente e a boa higienização dos dentes.
Mesmo sendo evidente a fundamental importância do trabalho do profissional da Odontologia em unidades de terapia intensiva, no Brasil ainda não há obrigatoriedade por parte da legislação para que hospitais públicos insiram em sua equipe profissionais dentistas, além do agravante de que em nosso país ainda há poucos profissionais especializados em Odontologia Hospitalar, segundo o Conselho Federal de Odontologia, no Brasil há apenas cerca de dois mil Cirurgiões-Dentistas hospitalares.
Em tempos de pandemia do COVID – 19 onde, a alta taxa de infecção e agravamento dos casos levam os paciente a um tempo maior de internação por comprometimentos dos pulmões e agravamento no quadro. O profissional da odontologia hospitalar tem feito o diferencial no tratamento dentro dos hospitais onde é possível contar dentro da equipe multidisciplinar. O seu trabalho além de proporcionar a manutenção da saúde bucal do paciente, previne o desenvolvimento da doença e o surgimento de infecções oportunistas, levando a uma diminuição do tempo de internação e diminuição do índice de mortalidade.
Pedro Adilon Oliveira Acadêmico de Odontologia, Pós graduando em Saúde Pública, Licenciado em Filosofia e Especialista em Gestão Escolar: Coordenação e Orientação.
João Paulo da Silva Frota Acadêmico do 3º semestre de Odontologia UNIVERSO, Graduado em Ciências Contábeis FacUNICAMPS e Membro da Liga Acadêmica Goiana de Odontopediatria da UFG
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