O engajamento do jovem na política
Não é de hoje que a maior parte da juventude desse país se interessa por política e pelo social, alguns não se sentem representados pelas autoridades que foram constituídas para ocupar os cargos políticos nas casas legislativas ou no executivo. Outras se sentem tão bem representados que também desejam ocupar os espaços públicos justamente para trabalhar como as autoridades que representam os seus ideais.
Hoje, fico extremamente perplexo ao ver um ativismo tão aguerrido como o dos jovens. São pessoas que não temem, que vão avante na defesa dos seus princípios e convicções , e o que mais me orgulha é saber que eu faço parte dela. Ao longo dos meus 18 anos de existência, presenciei várias manifestações populares que eram lotadas de jovens com desejo e anseio por mudança. Desejo que fez da juventude protagonista de alguns dos períodos em que o Brasil atravessou, como: a ditadura militar, as diretas já, a primavera secundarista e o golpe de 2016 contra a presidente Dilma.
Há muito pouco tempo vivenciamos a luta contínua dos jovens estudantes deste país pelo adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio, o ENEM, luta essa que causou um efeito gigantesco mesmo sendo via internet. Conseguimos a alteração da data de aplicação da prova, embora não tenha sido na data escolhida pelos estudantes em votação na enquete criada pelo MEC, mas já foi um grande avanço, principalmente no que diz respeito a ter mais tempo de estudo.
Para ter ideia do engajamento político da juventude, várias cidades adotaram um projeto por nome de “Câmara Jovem”, assim como o senado e a câmara federal, onde jovens que cursam o ensino médio poderem se inscrever e fazer redação com o tema proposto, enviando por email eles ficam no aguardo dos resultados. Aprovados, eles passam uma semana sendo deputado federal jovem ou senador jovem. Programas como estes visam uma maior participação da juventude nos espaços de poder, o que é extremamente importante no regime democrático.
Jamais poderia esquecer da intensa luta dos jovens contra o congelamento de verbas para a ciência, universidades e institutos federais, que ocorreu em 2019, primeiro ano de governo do presidente Jair Bolsonaro. Essa atitude mesquinha do governo resultou em incerteza de funcionamento de universidades e institutos federais, tal como o atraso em pesquisas cientificas, que são de extrema relevância neste momento tão conturbado que o Brasil vive.
Estamos em um ano de eleição, e um ano totalmente divergente dos outros, e o que mais tem inspirado pessoas a se engajarem pela política é certamente a militância da juventude nesse período difícil que o Brasil atravessa, uma juventude que utiliza de todos os meios cabíveis para fazer política, denunciar os abusos, fazer críticas, apresentar propostas de intervenção.
Lucas Castelão é militante político, ativista pela educação e juventude, e é líder estudantil. Está cursando o último ano do curso técnico em química pelo IFBaiano campus Catu.
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