JURACI NUNES: UM ESCÂNDALO NACIONAL QUE TEM TUDO A VER COM ITAPETINGA
Seria apenas mais uma operação dessas deflagradas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, em quatro Estados da Federação para desbaratar quadrilhas de esquemas fraudulentos para empresas interessadas em evasão fiscal, (meio ilegal utilizado por empresários corruptos para reduzirem débitos fiscais junto a Receita Federal), se não fosse o principal personagem que está no centro dessa história.
A prisão do advogado baiano Daniel Ângelo de Paula, com uma grande quantidade de documentos, aparelhos eletrônicos, joias e artigos de luxo, ganhou notoriedade na imprensa local, por causa de suas ligações com a administração pública de Itapetinga e o MDB da Bahia, que ainda possui influência dos irmãos Vieira Lima, padrinhos e talvez os principais financiadores da candidatura de Rodrigo Hagge, em 2016.
O jornalista Fred Reis, responsável pela Bahia Popular que tem se especializado no jornalismo investigativo da região, responsável por várias matérias/denúncias, contra a atual gestão, revelou que o encrencado advogado, visto rotineiramente nos labirintos da prefeitura de Itapetinga, com livre acesso ao gabinete do Prefeito, visto e tratado como espécie de guru, membro permanente do núcleo duro do governo e com carta branca do alcaide para participar de reuniões com diversos segmentos e dirimir controvérsias de interesse da administração e seus servidores, comandar reuniões com políticos, além de ser, segundo o blog, detentor de contratos milionários de assessoria e prestações de serviços duvidosos com a prefeitura de Itapetinga, que lhe rende vultuosas somas.
Segundo a imprensa, Daniel Ângelo de Paula, apontado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) como um dos pilares do esquema investigado pela Operação Palhares, teria se unido a outros advogados para lesar grupos empresariais desde 2012, para a prática dos ilícitos, e de acordo o apurado, o dito advogado mantém fortes ligações com prefeituras e órgãos públicos administrados pelo MDB, inclusive a de Itapetinga.
Do ponto de vista da Operação Palhares, o Prefeito Rodrigo Hagge não pode ser responsabilizado, ela diz respeito às atividades particulares do causídico nos esquemas fraudulentos que o MP do Rio de Janeiro, diz ser ele o chefe.
Contudo, diante da vasta documentação levantada pela imprensa, notadamente pelo Bahia Popular e reverberado pelo Cidade Acontece e demais mídias regionais, sobre a existência de contratos celebrados pelo município de Itapetinga com as empresas do Dr. Daniel de Paula, e aquelas por ele representadas, se faz necessário uma aprofundada investigação, de preferência com a instalação de uma CPI suprapartidária, na Câmara de Vereadores de Itapetinga, para averiguar se existe ou não algum tipo de promiscuidade nas relações do Prefeito com o advogado pilhado na Operação Palhares e seus contratos milionários.
O Poder Legislativo de Itapetinga, cuja principal premissa é fiscalizar os atos da administração pública municipal, tem o dever legal e moral de jogar luz aos fatos, no sentido de apurar qual a dimensão da participação de Dr. Daniel e de suas empresas na administração de Itapetinga, e o montante por ele amealhado dos cofres públicos durante o período que manteve contrato com o Município de Itapetinga – se é que ainda não mantém -, e quanto isso pode representar de prejuízo para o erário.
Uma coisa é certa: O rumoroso caso Daniel, o homem de confiança do Prefeito, que pode ter ramificações por essas bandas, precisa ser mais bem explicado, para começarmos a entender porque um município com uma das maiores arrecadações da Bahia, não consegue prover os serviços públicos essenciais para sua população, que estão cada vez mais precarizados.
O curioso é que, tão logo tomou conhecimento do envolvimento do seu assessor informal, Daniel de Paula, na Operação Palhares, o Prefeito foi ligeiro no gatilho, temendo que o fato fosse repercutir negativamente no seu governo, anulou um dos contratos celebrados com o advogado/empresário, na tentativa de minimizar os efeitos de mais um desgaste entre tantos outros que sua administração vem sofrendo ao longo de sua gestão, como se isso fosse possível.
Daniel Ângelo de Paula, era uma espécie de “eminência parda” do governo Rodrigo Hagge. Esse é o nome que se dá a alguém que não é o governante de direito, mas exerce de fato todos os poderes do governante, e de repente se transformou numa “persona non grata”, e alguém que não pode ser mais visto próximo ao Prefeito, muito menos comandar as habituais reuniões de trabalho em seu nome. Estamos de olho!!.
Por: Juraci Nunes de Oliveira, advogado, radialista e pré-candidato a prefeito de Itapetinga.
Parabéns, pelo comentário Dr. Juraci Nunes. Conte comigo!