São João 2023

Arraiá da Conquista: Flor de Imbuia, Amantes do Forró, Santanna e Forró do Mariá comandaram a festa

A terceira noite do Arraiá da Conquista, nessa quinta-feira (22), começou com uma aula de cultura nordestina, a cargo do grupo Flor de Imbuia. Apresentando-se pelo segundo ano consecutivo no evento junino de Vitória da Conquista, a banda foi formada em Salvador por mulheres de diferentes origens culturais, mas que têm em comum a memória afetiva permeada pela cultura do São João, com as particularidades do contexto em que cada uma cresceu.

Esse caldo cultural, exemplificado pelo uso da rabeca – um instrumento comum em vários estados do Nordeste, mas pouco visto na Bahia – foi mostrado pelo grupo no palco do Centro Cultural Glauber Rocha, que recebeu, em seguida, a banda Amantes do Forró, ardorosa defensora do forró, digamos, “de raiz”. Valendo-se de recursos como a famosa sanfona “pé-de-bode”, além do instrumento tradicional, e também do uso dos repentes, o acordeonista Íris Dias dos Santos e seus colegas de banda, Sula e Júnior, levaram o público a uma viagem pela herança deixada por Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Trio Nordestino e companhia.

E foram os Amantes do Forró os primeiros a atenderem – ainda que involuntariamente – a um desejo da médica Carolina Palmeira, 42 anos. Assim que chegou ao Centro Cultural Glauber Rocha, ao lado do marido, o também médico Clésio Martins, 44, e dos filhos Arthur, 7 anos, e Cecília, de 3, ela confidenciou que não via a hora de ouvir a canção que tem seu nome no título: “O cheiro da Carolina”, clássico composto por Zé Gonzaga e Amorim Roxo, eternizado na voz de Luiz Gonzaga.

“Nós viemos para arrastar o pé. A expectativa é ótima. Eu queria mostrar o Santanna para o meu filho, que adora música. E ainda estamos aproveitando o lugar para jantar”, disse a profissional da Saúde.

Enquanto comia um pastel e bebericava um copo de quentão, Clésio elogiou a forma como o Arraiá da Conquista – ao qual ele e a família vinham pela primeira vez – vem sendo organizado pela Prefeitura de Vitória da Conquista. “É uma oportunidade que a cidade está tendo de viver o São João. Normalmente, o pessoal sai para ir para as cidades menores, que dão mais ênfase a essa questão. Mas nós estamos tendo essa oportunidade de trazer para Conquista essa cultura maravilhosa das festas juninas”, observou ele.

Depois de Amantes do Forró, subiu ao palco Santanna, o Cantador. Do alto de sua simplicidade e simpatia, ele chegou a descer do palco para dançar e cumprimentar pessoas do público, enquanto cantava seus sucessos – inclusive o maior deles, “Ana Maria” -, ele também trazia clássicos de Flávio José e de outros ícones do forró. Foi essa a sua forma de enaltecer a obra erguida por Luiz Gonzaga, de quem foi amigo e colega de palco. “Ele criou toda uma trilha sonora”, reconheceu Santanna.

A programação foi concluída com o projeto musical Forró do Mariá, formado pelos artistas Vítor Mariá e Tom Gaiteiro. Nesse caso, a preservação da autenticidade dos ritmos nordestinos também estava presente – mas de uma forma diferente, com um trabalho autoral e a presença de outros gêneros musicais que costumam ser mais populares entre o público mais jovem. Assim, os dois jovens, Vítor e Tom, cumpriram seu propósito de atrair novos ouvintes para o tradicional forró, inclusive retirando desse ritmo a pecha de “sazonal” e estendendo-o ao ano inteiro.

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