Trabalhadores não podem ser tratados como arruaceiros
Não é de hoje que trabalhadores informais vem sofrendo com a truculência da Guarda Municipal de Itapetinga. Já foram vários casos onde a abordagem da corporação foi no mínimo questionável. A última vítima das desastrosas abordagens, foi o jovem Ivan Santos, surpreendido enquanto trabalhava na última sexta-feira (29).
Com o uso de força desproporcional, imposto sobre tais trabalhadores repetidas vezes, vem à tona, a falta de capacidade e vontade do Prefeito em abrir o diálogo com estes trabalhadores, para ouvi-los e encontrar um caminho onde as expectativas da gestão pública e o anseio dos trabalhadores ganhem contornos de entendimento.
Sabemos que é necessário que haja uma política organizacional de ocupação adequada de espaços públicos para o exercício de atividades desta natureza, contudo, mesmo que a necessidade destes trabalhadores os empurrem para a informalidade, não se pode aceitar com naturalidade que eles sejam tratados de forma hostil, seguido de aplicação de uso de força sem nenhuma razão para tal.
Entretanto, tal prática tornou-se corriqueira e passou a fazer parte do contexto da cidade. Constrangimentos públicos cruéis são impostos quase que constantemente a estes trabalhadores, que não pedem nada demais, senão a garantia do direito de levar o pão pra casa e alimentar suas famílias, além de pagarem suas contas.
Não estamos falando de bandidos, estamos falando de pessoas que querem tão e somente garantir a própria subsistência, assim como a dos seus.
É pedir demais Sr. Prefeito Rodrigo Hagge? Gostaria de lembra-lo, das repetidas vezes que em seus palanques políticos, o senhor dizia que o povo precisava de carinho. Pelo que se vê, foi somente um bordão, uma frase de efeito, pra ganhar o eleitor.
Caso contrário senhor Prefeito, se não carinho, mostre pelo menos respeito e chame essas pessoas para dar abertura ao diálogo e consequentemente coloque um fim na truculência praticada constantemente pela Guarda Municipal de Itapetinga.
Aos profissionais sérios da Guarda, registro nosso respeito, pois sabemos que muitos não concordam com a prática e a forma como o tema vem sendo conduzido.
Não é nossa intenção manchar o nome dos bons profissionais ou da corporação, assim como não é justo tratar trabalhadores como arruaceiros.
