A Fundação Pedro Calmon (FPC), através do Centro de Memória da Bahia (CMB), realiza no próximo dia 21 de março um Colóquio para celebrar a Revolta dos Búzios. O evento que ocorre de forma hibrida, presencial, com transmissão ao vivo através do canal da FPC no youtube, será realizado no Goethe-Institut Salvador e tem como objetivo preservar e divulgar informações sobre a memória e história da Bahia.
Também conhecida como “Conjuração Baiana” e “Revolução dos Alfaiates”, foi um movimento de caráter emancipacionista, orquestrado por negros escravizados, libertos, trabalhadores pobres e alguns membros das elites brancas liberais. Inspirados nas ideias da revolução francesa, os revolucionários conseguiram unir os diversos setores da sociedade baiana que sofriam com o peso da opressão do governo português. Ocorrido entre 1798 e 1799, teve um papel importante para a consolidação de uma identidade sociocultural do cidadão baiano.
De acordo com Walter Silva, diretor do CMB, o movimento reforça a repulsa com as práticas da época. “A Revolta dos Búzios é um dos episódios da história da Bahia que evidencia, entre outras questões, a indignação com a prática escravagista à qual as diversas populações sequestradas de África foram submetidas”, declara Walter.
A abertura do Colóquio acontecerá às 15h, com a palestra magna “Rumores, revoltas e sedições nas Américas” ministrada pela professora Iacy Maia Mata. O evento conta ainda com duas mesas temáticas, a primeira delas sob o tema “Articulação e Mobilização na Revolta” com a participação dos pesquisadores Hérica Lene Brito e Paulo Cesar de Jesus. A segunda mesa terá como tema “Búzios Quem Tú És?” e será ministrada pela professora Linda Rosa Rodrigues e pelo professor Célio de Souza Mota.
Conteúdo online
Além do colóquio, a FPC vai desenvolver um site com conteúdo exclusivo voltado para a Revolta dos Búzios, produzido pela coordenação de Acervos Virtuais Baianos e um livro com edição comemorativa, utilizando como base os dados documentais do Arquivo Público do Estado da Bahia (Apeb). Os materiais visam ampliar as fontes de consulta destinadas à comunidade acadêmica, científica e interessados no tema.
Para o diretor geral da FPC, Zulu Araújo, a Revolta dos Búzios é interessante não só do ponto de vista histórico, mas no sentido de refletir como esse movimento foi e é importante para a compreensão das liberdades na Bahia e no Brasil “O colóquio ocorre num momento especial quando celebramos 200 anos da Independência do Brasil, e, foi justamente a Revolta que plantou sementes que vieram dar frutos em 2 de julho de 1823, outro ponto importante é que esse evento será realizado no Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, isso significa que estamos em um só tempo, tratando das liberdades do passado, mas, também das liberdades e igualdades do presente”, afirma.
Por conta da pandemia da Covid-19 o evento presencial terá restrição de público, aceitando apenas 80 pessoas no espaço. Para participar do colóquio de forma presencial é necessário se inscrever através de formulário virtual neste link. O participante deverá cadastrar o comprovante de vacinação com mínimo 2 doses da vacina.
