CUT-Bahia debate os vários tipos de violência praticados contra a mulher
A Central Única de Trabalhadores na Bahia (CUT) promoveu, nesta segunda-feira (8), na web, um debate sobre Violência contra a mulher. O encontro reuniu representantes de diferentes categorias.
Primeira mulher a presidir a CUT na Bahia, Madalena Firmo, a Leninha, disse que a violência é endêmica e já nasce no estômago, numa referência às agressões sofridas em diversas esferas.
“Reconhecemos a violência física, mas tem também outros tipos, a exemplo da fome, que a cada dia cresce e aumentou muito mais com a pandemia, pois muitas mulheres perderam o emprego, sobretudo as domésticas. Lembrando que grande parte delas representa a base de suas famílias. As mulheres estão sem condições de alimentar seus filhos”, disse Leninha, ao destacar que 8,5 milhões de mulheres perderam seus empregos somente no terceiro trimestre de 2020, segundo último relatório da PNAD, do IBGE.
Ela acrescentou que o Estado tem que garantir minimamente este direto a alimentação dessas mulheres. Para isso não “vamos ficar apenas no debate e vamos partir para ações concretas. Então, no dia 26 de março, depois das reuniões com as regionais ao longo do mês de março, a CUT vai apresentar um projeto de política pública para viabilizar a alimentação dessas mulheres”, completou.
Convidada do encontro virtual, a major da Polícia Militar da Bahia e co-fundadora da Ronda Maria da Penha, Denice Santiago, falou da importância da CUT ao apresentar propostas para fortalecer a rede e reforçou a situação das mulheres, sobretudo durante a pandemia.
Ela ressaltou que a Lei Maria da Penha, no seu artigo 7° é clara quanto aos tipos de violência. Ela pode ser física, moral, patrimonial, sexual e psicológica , esta última agravada com a pandemia. De acordo com dados do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, mais de 105 mil denúncias de violência doméstica foram registradas em um ano de pandemia.
Juneia Batista , da secretaria da mulher Trabalhadora na CUT Nacional falou dos desafios pelos quais a mulher está passando durante esta pandemia, em que um dos pré-requisitos é o distanciamento social e a não aglomeração “quando essas mulheres moram em apenas um ou dois cômodos para acomodar uma família inteira”. Ela ainda acrescentou falta da vacinação, sendo o Brasil um últimos países na corrida pela imunização, embora possuindo um importante sistema de vacinação, mas que não adianta, pois não tem os insumos necessários para fazê-la, resultado de um governo que não se importa com o povo.
Já Lucivaldina Brito, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT e diretora do Sindprev Bahia, ressaltou que neste momento não há o que se comemorar, mas sim, muito o que se lutar para evitar ainda mais as perdas de direitos que as mulheres vêm sofrendo nos últimos anos.
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