Carta de conjuntura da SEI eleva previsão para o PIB da Bahia 2024, que pode chegar a 3,2%
A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia divulgou, nesta quinta-feira (12/12), a carta de conjuntura referente ao terceiro trimestre de 2024, uma análise detalhada sobre o desempenho da economia baiana e dos cenários nacional e internacional do período. Nesta edição, o Boletim de Conjuntura da Bahia evidencia que os resultados positivos para comércio varejista, serviços, indústria geral, exportações e geração de emprego formal impactaram positivamente no PIB da Bahia, porém a agropecuária contribuiu negativamente para que o resultado do PIB não fosse mais elevado.
O documento, elaborado pela Coordenação de Acompanhamento Conjuntural da SEI, registra que, no terceiro trimestre deste ano, o PIB da Bahia cresceu 3,6%, na comparação com mesmo período de 2023, enquanto em relação ao segundo trimestre de 2024, a taxa foi 0,8%. Nos nove primeiros meses a alta foi de 3,1%.
Para o quarto trimestre do ano, a manutenção dos efeitos do incremento das transferências de renda e a continuidade da geração de empregos podem ainda sustentar a demanda, principalmente, o consumo das famílias, que se encontra resiliente, embora a elevação da taxa de juros e a restrição do crédito possam levar o crescimento para taxas mais moderadas nos próximos trimestres. Portanto, as previsões para o PIB de 2024 giram em torno de 2,8% a 3,2%, uma elevação significativa em relação as previsões do trimestre anterior.
O destaque no terceiro trimestre foi a produção física da indústria geral, que registrou um movimento ascendente, passando de 1,1% no segundo trimestre para 5,0% no terceiro. Já o grande setor indústria, formado pela construção, eletricidade, água e gás e indústria geral (transformação e extrativa), registrou alta de 5,7%. Apenas o setor da Indústria Extrativa Mineral registrou queda (11,6%).
Contribuíram para expansão do PIB, os setores de comércio e serviços, a geração de empregos, o aumento da oferta de crédito para as famílias, o reajuste no Bolsa Família e a queda dos juros.
O comércio varejista manteve crescimento nas vendas no terceiro trimestre de 2024, mas em ritmo moderado. Nesse período, a taxa de expansão nos negócios foi de 5,1%. Já o volume de serviços na Bahia apresentou resultado mais modesto em relação ao comércio varejista, marcando crescimento de 1,4%, mantendo a expansão iniciada no segundo trimestre de 2021 (28,4%). Essa é a décima quarta taxa positiva consecutiva, para esse tipo de comparação.
A Agropecuária caiu 3,4%, devido à quebra das safras de soja, milho e algodão. Após a produção recorde de grãos em 2023, a Bahia deve registrar queda na safra de 2024, influenciada, principalmente, pelas condições climáticas adversas. Os dados do IBGE, relativos ao mês de outubro de 2024, estimam uma produção de cereais, oleaginosas e leguminosas de 11,31 milhões de toneladas, o que representa um recuo de 6,8% na comparação com a safra do ano anterior.
A conjuntura externa, ainda pouco favorável, devido à política monetária restritiva e à incerteza sobre os rumos das economias americana, europeia e chinesa, afetaram negativamente as exportações, principalmente de commodities. Ainda assim, elas cresceram 12% no trimestre, com o volume embarcado respondendo em quase sua totalidade por esse aumento nas receitas, ao registrar elevação de 11,8% no período, reflexo de uma demanda externa mais robusta que nos trimestres anteriores.
A atividade econômica mais aquecida se refletiu na taxa de desemprego do mercado de trabalho. De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), de julho a setembro, o montante de empregos formais no estado se ampliou, fruto do surgimento de 41.579 novos postos de trabalho. Ao fim de setembro deste ano, a Bahia passou a contar com 2.148.757 vínculos celetistas ativos, uma variação de 0,70% sobre o quantitativo do mês imediatamente anterior.
A geração de postos de trabalho com registro em carteira na Bahia continua surpreendendo em 2024. Visto que o saldo acumulado de janeiro a setembro deste ano, com pouco mais de 96 mil novos postos, superou o resultado para o mesmo conjunto de meses do ano passado, quando 76.825 novos vínculos empregatícios foram estabelecidos.
Segundo levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), na Bahia, a taxa de desocupação relativa ao terceiro trimestre de 2024 foi de 9,7% ante 11,1% no segundo trimestre, uma redução de 1,4 pontos percentuais em relação ao segundo trimestre.