Política

Salvador – Vereadora Ireuda Silva presta solidariedade a autônoma discriminada em shopping

"Não mediremos esforços para que a justiça seja feita", afirma a vereadora

A autônoma Ana Paula Santos Lima acusa um segurança do Shopping Cajazeiras de discriminá-la enquanto ela se alimentava no local. Ela conta que foi à 13ª Delegacia Territorial da Polícia Civil prestar uma queixa contra o estabelecimento e, emocionalmente abalada, relata em vídeo a agressão que sofreu. O caso foi divulgado nesta terça-feira, 22, por reportagem da TV Aratu.

“Estou aqui na delegacia para prestar uma queixa sobre o Shopping Cajazeiras, onde fui resolver algo meu, e o segurança da praça de alimentação disse que eu não podia estar ali me alimentando. Sou pior do que quem? Estou muito doída, muito ferida. Não sou pior do que ninguém. Desde que entrei ele ficou me olhando, achando que eu não ia comprar”, narra.

Para a vereadora Ireuda Silva (Republicanos), trata-se de de mais um caso de racismo, sujo sistema insiste em segregar e tentar excluir pessoas negras do seio da sociedade. “Toda a minha solidariedade e todo o meu apoio a Ana Paula. Essa dor não é só dela, é de todos nós. Não mediremos esforços para que o shopping seja duramente responsabilizado e a justiça seja feita. Não aceitaremos que esse crime passe despercebido”, diz a republicana. Vice-presidente da Comissão de Reparação, ela tem prestado apoio jurídico e psicológico à vítima e enviará um ofício ao shopping.

Ireuda lembra que Salvador é majoritariamente negra, o que torna o racismo ainda mais absurdo e obsceno. “Racismo não é só crime, é um ato de desumanidade, de falta de empatia e amor ao próximo. Não bastassem mais de 300 anos de escravidão, vão continuar nos humilhando e pisando nos nossos direitos? Destruindo nossa autoestima e calando nossa voz?”, questiona.

A vereadora também exige uma investigação detalhada sobre o comportamento do funcionário, que pode ter cometido outros crimes na ocasião. “O artigo 5º da Constituição Federal é claro ao garantir o direito de ir e vir de todos os brasileiros. Portanto, exigir que alguém saia de um ambiente compartilhado, sem justificativa plausível, é um claro atentado a uma conquista básica da nossa democracia”, aponta Ireuda.

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