A Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), em parceria com o Tribunal de Contas do Estado (TCE), lançou, na tarde desta quarta-feira (1º), a edição comemorativa do livro “A vida de Ruy Barbosa” para celebrar o centenário da morte de Ruy Barbosa, ocorrida em 1º de março de 1923. Escrita pelo ex-governador da Bahia Luiz Viana Filho, a obra foi distribuído durante o ato de abertura do VIII Congresso Internacional de Controle e Políticas Públicas, promovido pelo Instituto Rui Barbosa (IRB), TCE e pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), no Hotel Deville Prime, em Salvador.
Representando a ALBA na solenidade, o 2º vice-presidente da Mesa Diretora, deputado Marquinho Viana (PV), ressaltou a importância da homenagem a este jurista baiano, cujas obras até hoje apresentam uma contemporaneidade que impressionam e auxiliam no aprendizado de jovens advogados. Na apresentação desta 16ª edição, o presidente da ALBA, deputado Adolfo Menezes, lembrou que Ruy Barbosa foi o baiano mais ilustre de seu tempo: “Aliou o intelecto superior à erudição adquirida ao longo de uma vida de estudo e leitura profundos”.
Adolfo Menezes ressalta ainda que “o humanista sempre travou o bom combate, litigando em favor da construção de um país independente, livre de amarras, preconceitos ou abusos, defendendo a Constituição e as leis em prol dos brasileiros”. Por fim, o presidente do Parlamento baiano deseja que a leitura do livro inspire a todos com o exemplo do lutador libertário que foi o “Águia de Haia”.
Já para o conselheiro Marcus Presídio, presidente do TCE, relembrar Ruy Barbosa é uma homenagem à civilização, visto que a sua atuação “sempre esteve direcionada à defesa dos interesses da nossa sociedade”. Presídio disse que a reedição desta biografia do ilustre jurista “enche de orgulho e satisfação todos aqueles que, como eu, labutam no controle externo. Justamente por ser Ruy Barbosa o principal idealizador das Cortes de Contas em nosso país, tornou-se o seu patrono”, completou.
Por sua vez, o vice-presidente de Auditoria do Instituto Rui Barbosa, conselheiro do TCE Inaldo da Paixão, lembra que a história da vida de Ruy Barbosa é um legado de cidadania e inteligência às futuras gerações. “Durante o período de organização dos eventos dos 100 anos de falecimento de Ruy Barbosa, participei de diversas reuniões e debates sobre o homenageado. E o que sempre me chamou a atenção foi o fascínio e o amor de Ruy pela educação”, registrou o conselheiro.
Tanto para Inaldo, quanto para o presidente do TCE, Marcus Presídio, a iniciativa de reeditar este livro é um ato de contribuição do Legislativo baiano para o enriquecimento da educação e da cultura. Ambos enalteceram o selo ALBA Cultural como um importante programa de edição e publicação de livros, dos mais diversos autores, que vem contribuindo para a cultura e para a memória da história da Bahia e do próprio Brasil.
A OBRA
“A vida de Ruy Barbosa” foi lançado, pela primeira vez, em 1941, apenas 18 anos após a morte do biografado, quando o seu autor tinha pouco mais de 30 anos. Em menos de um ano, teve essa primeira edição esgotada. Em 1943, surgiu a segunda edição já com algumas revisões, as quais continuaram sendo feitas e inseridas na obra ao longo das demais edições, sempre buscando enriquecer, detalhar e acurar as informações.
Resultado de um minucioso trabalho de pesquisa, o livro não exagera no enaltecer e nem esconde as mazelas. Apenas relata os fatos em sua mais simples realidade. Isso fica bastante claro logo nas primeiras edições, que foram alvos de críticas. Uns julgavam a obra uma biografia a “favor”; enquanto outros falavam opiniões diametralmente opostas. No entanto, é justamente essa divergência que mais demonstra o equilíbrio necessário empregado no trabalho biográfico.
Luiz Viana Filho desnuda Ruy Barbosa, sem o expor, mas não o poupa das derrotas que sofreu ao longo da sua vida e enaltece a sua trajetória de retidão, coragem e, acima de tudo, senso de justiça e honradez que sempre lhe acompanharam. O autor Luiz Viana Filho enveredou na política, foi governador da Bahia, senador, deputado, além de intelectual. Depois de Ruy Barbosa, escreveu as biografias de Joaquim Nabuco e do Barão do Rio Branco. Seus livros não são apenas ricos em informações, mas estas inseridas com exatidão nas malhas históricas do país, como figuras marcantes de uma época renovadora.
