A importância da odontologia no atendimento de pacientes oncológico de cabeça e pescoço
O corpo do ser humano é formado por inúmeras células que se organizam em tecidos e órgãos. Essas células, quando em ciclo normal, se dividem, amadurecem e morrem, renovando-se a cada momento (INCA, 2015). Tumores malignos são massas celulares que sofrem mutações podendo provocar danos em um ou mais genes de uma única célula, gerando uma proliferação desordenada que não respondem aos mecanismos de controle normal do ciclo celular. Por ter uma divisão independente, essas células malignas são muito agressivas e incontroláveis, tendo características próprias que determinarão a formação do câncer.
Atualmente, as neoplasias malignas são doenças que mais acometem a população mundial, seja em países desenvolvidos, seja nos países subdesenvolvidos e configuram-se como um grande problema de saúde pública SANTANA et,(2019).
O câncer de cabeça e pescoço é uma doença de origem multifatorial, que em sua essência está diretamente relacionada a hábitos deletérios e suas consequências na proliferação de células mutantes neoplásicas. Segundo o Instituto Nacional de Câncer INCA (2015), o número de casos de câncer nessa região tem aumentado significativamente, sendo mais frequente no gênero masculino por consequência do abuso do álcool e do tabaco.
O tratamento para o câncer de cabeça e pescoço varia de acordo com a região atingida, extensão da doença e saúde geral do paciente, como presença de doenças crônicas e estado nutricional. Segundo o Portal da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (2014), o tratamento consiste em: Cirurgia, radioterapia e imunoterapia, radioterapia ou associada.
Por se tratar de uma doença que a cada dia aumenta os números de casos, é importante a inserção do cirurgião dentista na equipe oncológica multiprofissional. Visto que, a odontologia tem papel fundamental em todas as etapas do tratamento de pacientes oncológicos. Desde a consulta inicial, que tem por objetivo a eliminação de focos infecciosos ou inflamatórios crônicos os quais podem ter repercussões durante o tratamento contra o câncer, no preparo da boca e na fase posterior ao tratamento contra o câncer, em todas as fases a presença do cirurgião-dentista é imprescindível na equipe de profissionais (VELOSO, 2016).
O cirurgião-dentista apresenta uma enorme responsabilidade na eliminação dos fatores locais traumáticos, no reconhecimento de lesões potencialmente malignas, na orientação para a redução à exposição de fatores carcinogênicos ambientais e no diagnóstico precoce das neoplasias da boca, além de atuar no tratamento de efeitos colaterais bucais decorrentes do tratamento antineoplásico e preservação do paciente com o câncer instalado. Colaborando com a ideia, Paiva (2016) aponta que as lesões mais comuns de câncer bucal são lesões epiteliais, tais lesões são acessíveis ao exame clínico detalhado, todo profissional deve estar atento, fazendo este exame rotineiro em sua prática odontológica.
Concluindo, o cirurgião-dentista exerce um papel primordial na prevenção do câncer de boca, principalmente quando atua nos níveis de prevenção primária e secundária, ao propor ações que facilitem o reconhecimento dos indivíduos pertencentes ao grupo de risco e ao realizar práticas que busquem diagnosticar precocemente as lesões suspeitas.
Por isso, o autocuidado e a consulta de rotina junto ao cirurgião dentista é de extrema importância, não só no tratamento oncológico propriamente dito mais também para a detecção primária do câncer de boca.
Pedro Adilon Oliveira Cirurgião dentista, Especialista em saúde Pública e Vigilância Sanitária, Licenciado em Filosofia e Especialista em Gestão Escolar: Coordenação e Orientação.