Parlamentares manifestam apoio à luta dos povos indígenas
Na véspera da partida dos indígenas que estavam acampados na área verde frontal à Assembleia Legislativa discutindo com autoridades estaduais uma longa pauta de reivindicações, quatro parlamentares manifestaram o seu apoio aos pleitos representantes dos povos originários com uma visita ao acampamento. Os deputados juntaram-se ao governador Jerônimo Rodrigues e percorreram o Acampamento Terra Livre Bahia (ATL Bahia).
A comitiva formada pelos deputados Fabíola Mansur (PSB), Fátima Nunes (PT), Marcelino Galo (PT) e Rosemberg Pinto (PT) exaltou a importância da vinda dos indígenas à capital baiana, na 6ª edição da ATL Bahia, para defesa das demandas sensíveis às comunidades. “É um acampamento vitorioso pela mobilização, participação de todas as lideranças e pelo povo que vem conhecer a história da resistência, bem como a luta daquele povo”, ressaltou a deputada Fátima Nunes, que defendeu a destinação de recursos para políticas voltadas para os povos originários.
TRADIÇÃO
Para o deputado Marcelino Galo, o acampamento já virou tradição na Assembleia. Segundo o petista, a cada ano, os indígenas que lutam pela demarcação de territórios têm melhorado e demonstrado melhor capacidade administrativa, política e organizativa. “É o mais importante. Sem território não há identidade”, enfatizou. Por seu turno, o deputado Rosemberg Pinto, líder da maioria, ressaltou a aprovação da equiparação do professor indígena com o professor não indígena, como um exemplo de resultado positivo conquistado pelos povos tradicionais, e reafirmou o compromisso da ALBA com as comunidades indígenas.
“Precisamos reconstruir a história da formação da sociedade brasileira, que sempre foi contada pelo viés europeu, e uma parte pela comunidade africana, mas muito pouco pela comunidade indígena”, frisou o líder governista. E completou, “assegurando que as demandas oriundas deste acampamento são importantes para isso”.
Já a deputada Fabíola Mansur disse que a pauta apresentada serve não apenas para visibilizar a luta pela terra, mas também por políticas públicas que podem ser levadas às aldeias, como mais saúde, mais educação, mais cultura e a preservação do meio ambiente, que é uma demanda internacional. Para ela, “estamos em pleno G20, cuja edição acontece aqui na Bahia, tendo como tema a cultura e as mudanças climáticas. Os povos originários preservam a natureza como ninguém. Através da cultura nós temos a possibilidade de não apenas preservar, mas usar com sabedoria os nossos recursos naturais, pois aprenderemos muito com eles”, afirmou.
O VI Acampamento Terra Livre Bahia é organizado pelo Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (Mupoiba) e conta com a participação de 32 etnias de 33 municípios baianos. Ao longo de quatro dias, o Governo do Estado ofereceu uma série de serviços à população indígena.