Política
ALBA realiza palestra em comemorações do bicentenário da Independência da Bahia
O grupo de trabalho criado pelo presidente Adolfo Menezes para realizar pesquisas e estudos voltados para as comemorações do bicentenário da Independência da Bahia inicia, nesta terça-feira (4), às 10h, no Auditório Jornalista Jorge Calmon, uma programação voltada à discussão da luta do povo baiano em favor da libertação do Brasil das Cortes Portuguesas. O primeiro palestrante será o professor Milton Araújo Moura, membro permanente de dois programas de pós-graduação na Universidade Federal da Bahia, que falará sobre “As Festas de Caboclo e Cabocla: a Bahia na Consolidação da Independência da Bahia”.
Coordenado pelo diretor de Pesquisa da ALBA, Geraldo Mascarenhas, o grupo também é integrado por servidores de vários órgãos da Assembleia e conta com o apoio da Escola do Legislativo e buscará com essas palestras não apenas ressaltar a importância histórica da luta ocorrida em nossa terra, mas especialmente realçar o caráter efetivamente popular da rebelião que acabou expulsando as forças portuguesas da Bahia, bem como revelar aspectos menos conhecidos desse “notável movimento do povo baiano” como disse o presidente do Legislativo – um parlamentar que louva o “espírito de sacrifício, união e coragem da população, que derramou sangue contra o arbítrio das Cortes Portuguesas na busca de um bem sagrado para qualquer povo, a liberdade”, frisou.
PALESTRA
O professor convidado, Milton Araújo Moura, vem se envolvendo profundamente em estudos sobre as festas do Caboclo e da Cabocla no contexto da luta de Independência, interessando-se também pela reflexão sobre diferença cultural, coordenando o grupo de pesquisa “O Som do Lugar e o Mundo”. Ele lembra que nos últimos anos tem sido vigorosamente utilizada a expressão “Independência do Brasil na Bahia”, como justa referência à interpretação do saudoso professor Luís Henrique Dias Tavares. Um contraponto à análise simplista de que a independência foi rápida, incruenta e um ato meramente político, a constituição de um estado independente se consolidou inicialmente apenas nas províncias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
Daí o seu interesse nas províncias do Norte, em que a situação permanecia dramática, sendo a independência construída, de fato, a partir da organização dos setores populares. No caso da Bahia, observa o professor doutor, “é preciso pensar como a população mais pobre, de maioria afro-indígena, se viu representada e se representou nas figuras do Caboclo e da Cabocla, como ícones de um ideal de liberdade que poderia integrar o conjunto do povo baiano – ao mesmo tempo que se via integrado na configuração da brasilidade”.