Política

Biografia do governador Jerônimo Rodrigues

Primeiro governador autodeclarado indígena do Brasil, Jerônimo Rodrigues (PT) tem 57 anos, é engenheiro agrônomo, professor licenciado da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e foi eleito governador da Bahia no segundo turno das eleições de 2022, em outubro, com 52,79% dos votos válidos. Ex-secretário estadual do Desenvolvimento Rural (SDR) e da Educação (SEC) na gestão do governador Rui Costa (2015-2022), Jerônimo disputou as eleições tendo como candidato a vice-governador Geraldo Júnior (MDB), presidente da Câmara Municipal de Salvador.

Este será o primeiro cargo eletivo ocupado por Jerônimo Rodrigues, que definiu como prioridades da sua gestão à frente do Executivo baiano o enfrentamento da fome e a promoção da inclusão social por meio de políticas públicas alinhadas com o Governo Federal. Para alcançar este objetivo, ele promoveu uma reforma no Governo do Estado e criou novas estruturas administrativas, a exemplo da Coordenação Geral do Programa Bahia Sem Fome. O novo governador da Bahia também desmembrou a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJHDS) em duas novas pastas: a de Justiça e Diretos Humanos (SJDH) e a de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades). Elas passarão a executar programas e ações alinhadas com o Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a partir de 2023.

Outra marca forte do novo Governo do Estado será o diálogo com outras esferas de poder, a exemplo das Câmaras Municipais de Vereadores, e com os movimentos sociais, sindicatos, associações e entidades de classes. Jerônimo também pretende fortalecer a parceria com os 417 Municípios da Bahia por meio dos Consórcios Intermunicipais em áreas como saúde, segurança, educação e infraestrutura, garantindo o avanço do desenvolvimento do estado e gerando emprego, renda e dignidade aos baianos e baianas.

Experiência em gestão

Considerado homem de confiança do governador Rui Costa (2015 a 2022), o baiano Jerônimo Rodrigues nasceu em 3 de abril de 1965 no povoado de Palmeirinha, na pequena Aiquara, cidade com cerca de 6 mil habitantes localizada no território de identidade do Médio Rio de Contas, na região de Jequié. Responsável pelos Programas de Governo Participativo do governador Rui Costa nas eleições de 2014 e 2018, Jerônimo Rodrigues elaborou propostas que se tornaram marcos da gestão do PT no Governo da Bahia, a exemplo das Policlínicas Regionais de Saúde, do Programa Primeiro Emprego e de diversos programas de assistência estudantil que colocaram comida na mesa de centenas de milhares de famílias baianas e têm combatido a evasão escolar.

Jerônimo foi secretário estadual do Desenvolvimento Rural (SDR), entre 2015 e 2019, e da Educação, entre 2019 e 2022. Nas duas pastas estaduais, foi responsável pela execução dos maiores investimentos realizados pelo Estado da Bahia na história, nesses dois segmentos.

Na SDR, secretaria implantada por Jerônimo Rodrigues no primeiro ano da gestão Rui Costa, foram investidos mais de R$ 2,5 bilhões pelo Estado da Bahia para fortalecer a agricultura familiar. Também foram realizados investimentos na construção e/ou requalificação de 442 Agroindústria Familiares e na regularização fundiária e ambiental de propriedades rurais. O Estado da Bahia possui 762.848 estabelecimentos rurais deste 593.411 são identificados como Estabelecimentos da Agricultura Familiar, representando 77,78% do total.

Na Secretaria da Educação, Jerônimo Rodrigues deu início ao maior programa de infraestrutura escolar da história da Bahia, considerado o maior investimento da atualidade em todo o Brasil. São mais de R$ 3,5 bilhões investidos na ampliação, modernização, requalificação e construção de novas escolas. Gestor da secretaria durante a pandemia do Coronavírus, Jerônimo criou inúmeros programas de assistência estudantil como o Vale-Alimentação Estudantil, que disponibilizou recurso financeiro para todos os estudantes matriculados na rede estadual de ensino durante a pandemia. Outros exemplos de programas de assistência estudantil são o Bolsa Presença, que assegura – mensalmente – bolsa de pelo menos R$ 150 a famílias de baixa renda com estudantes matriculados na rede estadual; e o programa Mais Estudo, que garante bolsas de até R$ 600 para que estudantes das quatro universidades estaduais baianas (Uesb, Uesc, Uesf e Uneb) consigam permanecer nessas instituições e não desistam do ensino superior.

Jerônimo Rodrigues também fortaleceu projetos e programas que deram oportunidade a centenas de milhares de jovens, a exemplo do Educar para Trabalhar, que ofertou vagas de ensino técnico profissional a estudantes da rede estadual; o Partiu Estágio; e o Mais Estudo, que paga bolsas a estudantes que atuam como monitores dentro de suas próprias escolas. Jerônimo ampliou a educação em Tempo Integral, contratou o maior número de professores da história da Bahia por meio de concurso público e fortaleceu a alimentação escolar em toda a rede estadual de ensino.

Atuação no Governo Federal

Antes de assumir as duas secretarias de Estado no Governo Rui Costa, Jerônimo exerceu cargos de gestão no Governo Federal durante a presidência de Dilma Rousseff, entre os anos de 2011 e 2014. Ele foi secretário Executivo Adjunto do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Secretário Nacional do Desenvolvimento Territorial (SDT/MDA), Secretário Executivo do Programa Proterritórios/Cumbre Ibero Americana e Assessor Especial do Ministro do Desenvolvimento Agrário.

Na gestão do ex-governador Jaques Wagner (PT), Jerônimo foi assessor especial da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (2007/2010) e assessor especial da Secretaria do Planejamento do Estado da Bahia (2010).

A escola de Jerônimo

Em março de 2022, Jerônimo Rodrigues foi escolhido pelo Partido dos Trabalhadores, em decisão unânime deliberada em reunião da Executiva Estadual do partido, como nome para suceder o governador Rui Costa à frente da administração do Estado da Bahia, a partir de janeiro de 2023.

A pré-candidatura de Jerônimo Rodrigues foi lançada em 31 de março de 2022, na Bahia, com a presença do pré-candidato à presidência da República pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva. A aliança partidária do petista, que também teve apoio dos senadores Jaques Wagner (PT) e Angelo Coronel (PSD), foi formada por outros oito partidos além do PT: PSB, PC do B, MDB, PSD, Avante, PV e Patriota. No segundo turno, a base de apoio do candidato petista aumentou e teve adesão do PSOL, Rede Sustentabilidade e PSC, além de lideranças políticas de outros partidos que, até então, estavam no campo da oposição.

Vida Pessoal

Jerônimo foi o penúltimo dos nove filhos de Seu Ziza e Dona Maria Cerqueira, que também tiveram Januário, Plácido, Maria Antônia, Thereza, Lúcia, Marta, Rita e Zeferino. Com a morte do irmão mais novo, Jerônimo ganhou o apelido de Caçulo. Todos nasceram em casa, com o auxílio da parteira Dinha Cate, na pequena cidade do interior da Bahia.

O pai de Jerônimo, Seu Ziza, era vaqueiro e agricultor. Trabalhava na própria terra, uma pequena propriedade rural que não era suficiente para garantir o sustento da sua família. Durante a maior parte do ano, Seu Ziza viajava para trabalhar em propriedades rurais da região de Jequié, garantindo comida e dignidade para seus filhos. Dona Maria também era uma mulher de luta: costurava e fazia marmitas para comercializar, ajudando a manter os filhos. Faz parte da história da família a permanente luta pela vida, com trabalho, respeito e dignidade. Outra marca da família é a força e a liderança das mulheres, que tiveram papel importantíssimo na formação de Jerônimo. 

Aos 9 anos, Jerônimo vai a Jequié para cursar o Ensino Fundamental 2. A única escola que tinha no distrito de Palmeirinha era multisseriada, ou seja, reunia estudantes de períodos diferentes na mesma turma. Em busca de um ensino de melhor qualidade, a família decide levar Jerônimo para Jequié.

Após a conclusão do Ensino Médio, Jerônimo foi para Salvador com a sua irmã Marta para fazerem cursinho pré-vestibular. As outras irmãs, Maria Antônia, Tereza, Lúcia e Rita, ficaram na região. A primeira aprovação foi no curso de Construção Civil, na Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Jerônimo chegou a iniciar os estudos no campus do Cabula, em Salvador, mas não deu continuidade ao curso. Ele decidiu tentar o vestibular da Universidade Federal da Bahia (Ufba) para o curso de Engenharia Agronômica, quando foi aprovado, no ano de 1987, para estudar no campus federal de Cruz das Almas, no Recôncavo Baiano. Foi em Cruz das Almas que Jerônimo conheceu Tatiana Velloso, engenheira agrônoma e professora da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), com quem se casou e teve o único filho, João Gabriel.

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