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Profissionais da imprensa refletem sobre ameaças à democracia brasileira

A sequência de ataques e agressões ocorridas desde 2018 ao jornalismo, aos jornalistas e à democracia no Brasil, servem como alerta no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa (3). Esta foi a conclusão das pessoas que participaram do ato virtual sobre a importância da data, transmitido pela TV ALBA. A iniciativa do deputado estadual Jacó (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa, reuniu durante mais de três horas presidentes de entidades como ABI, Sinjorba, Fenaj e ANJ, além de jornalistas e editores de veículos locais, assessores, parlamentares, advogados e lideranças sociais.

 
O deputado estadual Jacó abriu o ato virtual defendendo o direito que todos os profissionais da mídia têm de investigar e publicar informações de forma livre. E que isto não seja motivo para ameaças, processos judiciais, tortura, censura, e até mortes de quem está investido da profissão. “Informar e denunciar desvios e irregularidades são atividades inerentes ao jornalismo. Delas a sociedade depende para formar a sua própria opinião”, afirmou, acrescentando que considera “este ato da maior importância dante dos constantes ataques à liberdade de imprensa, e em especial aos profissionais de imprensa no Brasil”.

 
“Esses ataques se repetem no Brasil inteiro, porque não são gratuitos, fazem parte de um projeto maior de enfraquecimento da imprensa como tentativa de enfraquecer a democracia, já que a imprensa é um dos pilares da democracia brasileira”, disse o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado da Bahia (Sinjorba), Moacy Neves.

 
A presidente da Fundação Paulo Jackson, Michele Gramacho foi na mesma linha e complementou: “Entendemos que a liberdade de imprensa num país democrático tem que ser pautada na busca da verdade e no combate às fake news. Este é um dia que exige de nós reflexão e responsabilidade”.

 
A presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Maria José Braga, enfatizou que a liberdade de imprensa é direito à informação de qualidade e verdadeira e, no Brasil, “já está fissurada”. O presidente da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), Ernesto Marques, resgatou a figura e a importância de Ruy Barbosa em sua saudação aos colegas e deputados da ALBA. Mais conhecido pela faceta de jurista, o baiano foi jornalista e é dele a iluminada constatação de que “Cada jornalista é, para o comum do povo, ao mesmo tempo, um mestre das primeiras letras e um catedrático de democracia em ação”.

 
A sensibilidade do deputado Jacó e do presidente Adolfo Menezes, em acolher o tema da liberdade de imprensa na pauta de reuniões, foi elogiada pelo jornalista Raul Monteiro, presidente do Comitê de Imprensa da Casa e editor do portal Política Livre. “Tratar da liberdade de imprensa é importante não apenas para nós jornalistas mas toda a sociedade. Nunca desde a redemocratização houve tantos ataques à atividade”.

 
O presidente da Assembleia, Adolfo Menezes, estava em viagem e encontrou dificuldades de acesso à internet, mas enviou saudações por meio da assessoria aos jornalistas e reiterou seu compromisso com a liberdade de imprensa. Os deputados Robinson Almeida, Maria del Carmen e Fátima Nunes (PT) prestigiaram o ato, comentaram a convivência perniciosa dos brasileiros com as fake news e defenderam a formação ética para os jornalistas.
 

Participaram também do Ato Fernando Duarte, editor do portal Bahia Notícias; Elder Verçosa, membro da Associação dos Juristas pela Democracia-Núcleo BA; e Osvaldo Lyra, colunista do Jornal A Tarde e diretor de Comunicação da Câmara Municipal de Salvador.
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