Política

ALBA Cultural lança livros de crônicas com histórias sobre a Bahia contadas por três jornalistas

A Assembleia Legislativa da Bahia promoveu, na tarde desta terça-feira (20), o lançamento de três livros de crônicas escritos por veteranos jornalistas que têm larga folha de bons serviços prestados à imprensa baiana. Eles são também escritores tarimbados com livros publicados e ainda ótimos contadores de histórias que estão apresentadas nas obras editadas pelo Programa ALBA Cultural.
 
A presidente da Casa do Povo, deputada Ivana Bastos, parlamentares, dirigentes de associações, sindicalistas, profissionais de comunicação, parentes e amigos dos autores participaram da solenidade, realizada no Saguão Nestor Duarte. Museu do Chico (de Chico Ribeiro Neto), Personagens de Ipiaú (de José Américo Castro) e O Andarilho da Cidade da Bahia (de Tasso Franco) são livros que lembram o passado recente da nossa terra, em prosa que evoca uma Bahia que existe apenas nas reminiscências de quem a viveu, resgatadas agora para as novas gerações.
 
Tasso Paes Franco, em “O Andarilho da Cidade da Bahia”, traça um perfil amoroso, saudoso, mas também soturno de Salvador hoje, com lares baianos, ricos ou pobres, que vivem enjaulados por conta da violência. Os textos são poemas em forma de prosa. Criador e editor do site Bahia Já, ele tem mais de uma dúzia de títulos lançados. Tasso foi editor dos extintos jornais “Diário de Notícias e Bahia Hoje”, dirigiu a Empresa Gráfica da Bahia e foi, por oito anos, secretário de Comunicação da Prefeitura de Salvador.
 
“Essas histórias do meu livro, esses pedacinhos, como dizia o professor Cid Teixeira, compõem a história da Bahia e do Brasil. Hoje vivemos enjaulados na cidade, classe média, população de baixa renda, todos com grade por todos os lados. Situação bem diferente de quando cheguei aqui, na década de 60. Eu espero que a presidente Ivana possar dar continuidade a este projeto ALBA Cultural, porque a Assembleia tem feito um trabalho extraordinário”, garantiu Tasso.
 
IMAGINÁRIO
 
José Américo Castro descreve, de forma hilária em “Personagens de Ipiaú”, tipos folclóricos que povoam o imaginário popular da cidade, além de retratar personagens e locais que marcaram a vida de todos os ipiauenses. Profissionalmente, José Américo trabalhou em órgãos de imprensa de Salvador, com destaque para o Caderno de Municípios do jornal “A Tarde”, mas optou por viver na sua terra natal. Poeta, cronista do cotidiano e memorialista, o jornalista foi secretário municipal de Cultura e continua mobilizando os seus conterrâneos como agitador cultural.
 
“Cada pessoa, por mais insignificante que possa parecer, tem uma história bonita e aí eu mergulhei no mundo dessas pessoas fantásticas, ditas malucas, mas que apresentam a verdadeira riqueza do povo de minha terra. Este livro tem o tripé da poesia, da história e do humor e me honra muito. Este projeto da Alba deve ser um espelho para que os municípios possam adotar uma editora para atender seus poetas, cronistas e escritores”, destacou José Américo, afirmando que “Ipiaú domina o Mundo”, pois o livro é sucesso estrondoso em toda a Região Sudoeste e até na França, Turquia e Nova Iorque.
 
Chico Ribeiro Neto trabalhou em jornais da capital e sucursais de grandes órgãos de comunicação do país. Em “A Tarde” foi editor de Economia, chefe de reportagem e secretário de redação. No livro “Museu do Chico”, ele reúne lembranças da infância e juventude no interior da Bahia, bem como histórias vivenciadas em Salvador, contadas por ele próprio, Francisco Ribeiro Neto, o Chico, com muito lirismo e humor. Em rápido pronunciamento, Chico lembrou das palavras da mãe Cleonice, que era dona de pensão nas Mercês.
 
“Você ficou perdido assim porque eu não tive tempo de cuidar de você. De pronto respondi: eu não fiquei perdido, eu me achei nas águas da Praia do Unhão, nas esquinas da turma de rua, nos babas do Largo dos Aflitos. Obrigado, mamãe Cleonice”, declarou o antigo jornalista, bastante emocionado.
 
REVERÊNCIA
 
No final da solenidade, a chefe do Legislativo baiano, Ivana Bastos, agradeceu a presença de todos, salientando que este lançamento “é um gesto público de reverência à memória, à cultura, à Bahia que pulsa em suas cidades, figuras populares e seus recantos, encontrando, na sensibilidade desses autores, uma nova morada: a palavra impressa”. A presidente da Casa Legislativa reafirmou que a cultura é um bem público, um direito de todos. “Os livros lançados aqui enriquecem nosso acervo editorial e aproximam o Parlamento do povo baiano em sua forma mais genuína: a da escuta, da memória e da representação simbólica”, frisou.
 
A deputada parabenizou os autores, Tasso, Chico e José Américo, considerando que eles deram um presente à Bahia, e agradeceu a todos os profissionais envolvidos no projeto, que tem na coordenação editorial o jornalista Paulo Bina, chefe da Assessoria de Comunicação da ALBA, as ilustrações de Borega, a diagramação de Bira Paim, a assistência de Idalina Vilasboas e Alexsandro Mateus, além do projeto gráfico e a capa do livro de Tasso Franco, a cargo de Tasso Filho e Vitoria Giovanini. “Que estes livros encontrem muitos leitores e que suas histórias sigam inspirando novas gerações a valorizar o que temos de mais precioso: nossas raízes”, finalizou a presidente.
 
Os deputados Luciano Araújo (SD); Roberto Carlos (PV); Fabíola Mansur (PSB); Antonio Henrique Junior (PP) e Fátima Nunes (PT), a vice-presidente da ALBA, prestigiaram a solenidade. Também marcaram presença o ex-senador Waldeck Ornelas, o ex-conselheiro do TCM, Paolo Marconi e os ex-deputados estaduais Capitão Tadeu e Emiliano José. O agitador cultural Clarindo Silva, a jornalista Jaciara Santos, do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba); Ernesto Marques, presidente da Associação Bahiana de Imprensa (ABI); e a presidente do Instituto Assembleia de Carinho (IAC), Tanisia Cunha, participaram da cerimônia, que foi concluída com os autógrafos dos escritores em suas respectivas obras.
 
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