Política

CPMI ouve empresário que cedeu casa para comunicação da campanha de Bolsonaro

O empresário Paulo Marinho (PSDB-RJ), suplente do senador Flávio Bolsonaro, foi ouvido, nesta terça-feira (10), pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News. Um dos principais apoiadores da campanha do presidente Bolsonaro, Marinho cedeu sua casa no bairro carioca do Jardim Botânico para gravar programar eleitorais e para abrigar a primeira reunião de transição do Governo no ano passado.

Em entrevista à jornalista Andreia Sadi, na GloboNews, em julho, o empresário disse que do chamado QG de comunicação da campanha eleitoral em sua casa foram retransmitidas mensagens de fake news para grupos de whatsapp produzidas por voluntários. Na oitiva da CPMI, Paulo Marinho voltou atrás em sua afirmação e disse que na verdade estava se referindo a memes engraçados que recebia e, sem saber a veracidade, repassava para uma curta lista de whatsapp de 15 pessoas.

A relatora do colegiado, deputada Lídice da Mata (PSB-BA), questionou o depoente acerca de sua relação com a família Bolsonaro, qual era sua função durante o período pré-eleitoral e se o uso da casa foi devidamente declarado na Justiça Eleitoral. A agência digital AM4 se instalou na casa de Paulo Marinho para exercer a parte da comunicação da campanha. Lídice quis saber do empresário qual a sua relação com a agência e se tem contato com seus três sócios, Marco Aurélio Carvalho, Magno Carvalho e Alexandre Martins.

A socialista reforçou que a afirmação de Marinho de que passava memes apenas para 15 pessoas próximas não quer dizer muita coisa. “Estas 15 pessoas podem ter influência e fazer trabalho de direcionamento de notícias falsas. Não contesto a informação, mas acho importante fazer esse esclarecimento”, disse.

Paulo Marinho afirmou a CPMI que foi convidado pelo coordenador da campanha Gustavo Bebianno, presidente do PSL há época, a apoiar Bolsonaro. Bebianno, ao qual Marinho classificou como amigo de longa data, chegou a ser ministro da Secretaria-Geral da Presidência, mas após crise no Governo, foi demitido. “Ofereci a casa onde moro para abrigar a comunicação porque acreditei que o capitão Bolsonaro poderia modificar o cenário político, fui apenas anfitrião. O aluguel da casa foi devidamente declarado pelo PSL. Não sei ao certo o valor, mas acredito que foi em torno de R$ 8 mil”, acrescentou.

Ao final da reunião, a relatora Lídice lamentou a tentativa permanente de um grupo de deputados da base do Governo em tentar desqualificar a CPMI. “Acompanhamos uma tentativa constante de criar um clima de agressão entre os deputados que estão na comissão com acusações bombásticas e xingamentos, inclusive tentando descredenciar a relatoria. Eu não tenho esse comportamento, em mais de 30 anos de vida pública não me fiz na política xingando ninguém, mas não me abalo, permanecerei na luta”, afirmou. Para a deputada socialista, o colegiado já avançou bastante ouvindo juristas, especialistas na área de tecnologia e pessoas da política

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