Política

ALBA sedia encontro de Lula com políticos e movimentos sociais

O Auditório Jornalista Jorge Calmon, da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), abrigou, na tarde desta quarta-feira (25), o primeiro compromisso de agenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Salvador, com o PT estadual e os movimentos sociais do campo e da cidade. O evento, com o tema ‘Combater a Fome e Reconstruir o Brasil’, integra a caravana do líder petista pelo Nordeste, promovida pelo Instituto Lula e o PT, que visitou, nesse mês, os estados do Rio Grande do Norte, Pernambuco, Piauí, Maranhão e Ceará. O PT comunicou à militância, previamente, que o ato não era aberto, em respeito às normas sanitárias por conta da pandemia; porém a reunião foi transmitida, ao vivo, pela TV ALBA, tanto no canal aberto 12.2 e 16 na Net, quanto nas plataformas sociais.

Na Bahia, escolhida para encerrar a série de encontros na região, o ex-presidente foi recebido, ainda no aeroporto, pelo governador Rui Costa e o senador Jaques Wagner (PT), e chegaram juntos com o presidente da ALBA, deputado Adolfo Menezes (PSD), e o senador Otto Alencar (PSD) ao local da reunião, por volta das 17h. No estacionamento da ALBA, por onde a comitiva chegou, uma feira com estandes de produtos da agricultura familiar já anunciava a participação de segmentos e associações de trabalhadores rurais e cooperativas, ávidos pelo diálogo com o partido e suas lideranças.

Como era central o tema da insegurança alimentar, com o país voltando ao mapa da fome, o encontro contemplou a participação de entidades como a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado da Bahia (Fetag), Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do estado da Bahia (Fetraf), Fórum Baiano de Agricultura Familiar, Pastoral Rural, Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), Pastoral Rural, Articulação Baiana de Agroecologia, Rede de Escolas Família Agrícolas Integradas do Semiárido (Refaisa), entre outros.

Os representantes dos movimentos, tanto do campo quanto da cidade, tiveram a oportunidade de fala no encontro, alguns trazendo pleitos ou simplesmente um relato de dificuldades e retrocesso de direitos em suas áreas de atuação. Representando os povos tradicionais, o cacique Emanoel, liderança kiriri, lamentou a extinção dos ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA) e o do Desenvolvimento Social (MDS), pastas criadas durante a gestão petista, e explicou o protesto dos indígenas, essa semana, em Brasília, contrário às medidas que dificultam a demarcação de terras e incentivam atividades de garimpo. Juntamente com a indígena Sueli, o cacique entregou um cocar, maracá e um cesto produzido por artesões da aldeia a Lula.

A União Geral dos Trabalhadores (UGT-BA), Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil (CTB-BA), Força Sindical-BA e Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST-BA) foram contempladas na fala da presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-BA), Leninha Firmo, que informou estar em construção a unidade dos movimentos sindicais em torno de pautas comuns. A dirigente criticou, entre outras ações do Governo Federal, a privatização da Eletrobras e dos Correios, e passou às mãos do ex-presidente Lula uma carta das centrais sindicais com propostas para o enfrentamento à pandemia e retomada do desenvolvimento econômico do Brasil e da Bahia.

A organização do evento cuidou de trazer breves depoimentos de personagens que tiveram suas vidas transformadas graças a políticas públicas implementadas durante os governo do ex-presidentes Lula e Dilma. Assim a plateia conheceu a militante Daiane Oliveira, negra, que perdeu o pai zelador aos 7 anos, conseguiu entrar no Prouni e hoje, aos 30 anos, é jornalista e pesquisadora na Ufba; a história de Tífani Conceição, ativista LGBT do Recôncavo baiano, que, graças ao programa de expansão universitária, é a primeira pessoa da sua família a ingressar numa faculdade, além de ser a primeira travesti negra no DCE da Ufba; e a trajetória de Lucineia Durães, dirigente do MST, que entrou na faculdade através do Programa

Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), uma política que foi aperfeiçoada e valorizada durante os governos petistas. Representante da ASA, Cícero Félix destacou o potencial da agricultura familiar com base agroecológica como caminho para solucionar o problema da fome no país. O Brasil de hoje, segundo o representante da ASA, é o Brasil da exclusão e da fome. Assim, continuou, é preciso mudar o curso da história mais uma vez e transformar o país em uma referência de inclusão com alimentação garantida para todos. Discurso semelhante foi proferido por Jeandro Ribeiro, chefe de gabinete da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR). Ele lembrou que o empoderamento da agricultura familiar na Bahia começou no governo Jaques Wagner com a criação da Superintendência de Agricultura Familiar, com atenção exclusiva para o segmento.

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