Saúde

Plantas que podem tratar candidíase oral são identificadas por pesquisadores baianos

Você já ouviu falar da candidíase oral? Mais conhecida como sapinho, essa doença é causada pelo fungo infeccioso Candida albicans. Ela acomete, principalmente, bebês e adultos que apresentam o sistema imunológico baixo por causa de HIV, gripes e outros tipos de patologias. Em busca de detectar uma forma de tratamento menos prejudicial à saúde e com melhor custo-benefício, a aluna de Iniciação Científica, Taylline Mercês, de Jequié, sob orientação do professor Dr. Wagner Soares, identificou quatro plantas que podem combater a candidíase oral.’

O projeto analisou 71 plantas medicinais da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao Sistema Único de Saúde (RENISUS). “A pesquisa foi realizada por meio de um estudo computacional (in silico), ou seja, simulações computacionais através de programas. Foram utilizados os compostos bioativos presentes em cada espécie de planta medicinal para obter os parâmetros de biodisponibilidade oral e toxicidade quando comparados ao fármaco mais prescrito contra essa afecção, como o fluconazol”, explica.

Após investigação, Taylline verificou que a camomila, alcanforeira, erva-doce e erva-de-são-caetano mostraram propriedades antifúngicas. “As plantas apresentaram compostos que possuem nível de ligação com o sítio ativo da enzima lanosterol 14-alfa-desmetilase, enzima fúngica. Além disso, demonstraram características de absorção, distribuição, metabolismo e excreção satisfatórias. Dessa forma, formulações farmacêuticas utilizando o extrato das plantas podem ser desenvolvidas com enfoque nesses compostos promissores, seja através de um enxaguante bucal ou uma pomada de uso tópico com efetividade contra essa infecção oral”, diz.

A aluna afirma que com descobertas como essa é possível produzir tratamentos mais baratos e menos danosos ao organismo. “Uma vez que as plantas medicinais se tornam uma opção de acesso mais facilitado e econômico, é possível proporcionar o desenvolvimento de novos fitoterápicos que não apresentam efeitos tóxicos como os medicamentos usuais. Assim, se tornam seguros e eficazes como tratamento da candidíase oral, impactando de forma positiva na prática clínica e, consequentemente, na saúde oral e sistêmica da população acometida por essa afecção”.

O estudo tem apoio do Laboratório de Bioinformática e Química Computacional (LBGQ), da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Taylline projeta a fase futura da pesquisa. “Nas próximas etapas, pretendemos propor a criação de formulações farmacêuticas com o extrato da planta medicinal da camomila, através do poder antifúngico identificado em um de seus compostos contra a levedura Candida albicans”.

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