Lídice critica viagem de Mário Frias com gastos que somam 13 vezes o teto da Lei Rouanet com cachê de artistas
O secretário de Cultura do Governo, Mário Frias, gastou R$ 39 mil em viagem para assistir ao lutador de jiu-jitsu Renzo Gracie, em Nova York. O valor gasto por Mário é 13 vezes o teto da Lei Rouanet a cachês de artistas, tão criticada por ele. De acordo com o Portal Transparência, só de passagens aéreas o gasto foi de R$ 13 mil e de diária de hotel o valor foi de R$ 12,7 mil. O secretário-adjunto, Hélio Ferraz de Oliveira, também foi na viagem e gastou outros R$ 39 mil.
A justificativa da viagem, que ocorreu em dezembro de 2021, foi para acompanhar um dito projeto cultural envolvendo produção audiovisual, cultura e esporte com o lutador de jiu-jitsu bolsonarista Renzo Gracie. De acordo com a deputada Lídice da Mata, presidente da Frente Parlamentar da Economia Criativa, e forte defensora da cultura no País, esse é o modus operandi desse Governo. “Temos um presidente que corta recursos do orçamento na Educação, praticamente líquida a Cultura e gasta fábulas no cartão corporativo. Mário Frias é o espelho de Bolsonaro. Não entende de cultura, não entende de gestão e apenas faz passeios quando deveria estar trabalhando”, criticou Lídice.
O gasto de Mário Frias com essa viagem é uma gargalhada na cara da população e dos trabalhadores da cultura. Na terça (8), o Governo oficializou o limite de cachês de artistas pela Lei Roaunet em até R$ 3 mil, o que significa a diminuição de mais de 93% no cachê permitido.
No dia da publicação da mudança no Diário Oficial da União, Mário debochou dos artistas e postou uma música com as seguintes palavras: “Rouanet eu quero, Rouanet eu quero, na Rouanet eu quero mamar, me dá dinheiro, me dá dinheiro, porque senão vou chorar.” Ao que tudo indica, os cortes são via de mão única: a cultura brasileira sofre enquanto o alto escalão do governo e seus aliados chafurdam nos recursos públicos de maneira injustificada.
A cultura é destruída desde o primeiro dia do governo Bolsonaro, com cortes no orçamento, desmonte da Ancine, fim do Ministério da Cultura, diminuição da Lei Rouanet – a mais importante legislação de incentivo à cultura – , censura a projetos de audiovisual, nenhuma política de apoio emergencial ao setor que mais sofreu e sofre com a pandemia. E o secretário da Cultura segue com deboches, risos e gastos exorbitantes.