Veracel Celulose destaca o monitoramento das baleias jubarte no Dia de Defesa da Fauna
No Dia de Defesa da Fauna, comemorado neste 22 de setembro, a Veracel Celulose, indústria localizada na região da Costa do Descobrimento, na Bahia, chama a atenção para a necessidade de conservação da fauna brasileira, uma das mais ricas do mundo. Em específico na região onde atua, a Veracel realiza, há mais 15 anos, um trabalho para o maior controle da gestão ambiental, com o objetivo de introduzir, ano a ano, práticas cada vez mais responsáveis.
Em parceria com a Suzano, por exemplo, a companhia realiza o Monitoramento Integrado de Biodiversidade, o BAMGES. Nessa iniciativa, é feito o monitoramento da biodiversidade de quase 900 mil hectares ocupados por mosaicos de áreas naturais e plantações florestais que estão sob a gestão das duas empresas nos estados da Bahia, de Minas Gerais e do Espírito Santo.
O projeto possibilitou melhorias na gestão da conservação da fauna e da flora locais. “Desde 2008, monitoramos espécies de mamíferos e aves de maneira isolada, por meio de metodologias que não permitiam estudos integrados”, comenta Virginia Londe, coordenadora de Estratégia Ambiental e Gestão Integrada da Veracel Celulose.
Com o BAMGES, também é feito um aperfeiçoamento da qualidade da apuração de informações. “Comparamos cada ambiente com as suas particularidades. Com esse conhecimento acumulado, o amadurecimento e a evolução da gestão ambiental das empresas, teremos uma avaliação sistêmica e a geração de ações concretas para a conservação da biodiversidade, um importante legado do setor florestal para a região”, conta a especialista.
Virginia comenta ainda que os monitoramentos ampliados como o BAMGES traz informação de diferentes unidades ambientais e podem ser usados inclusive com modelagens. “Isso possibilita a realização de planejamentos de paisagem para a manutenção de populações de fauna ao longo do tempo”, finaliza a coordenadora.
Monitoramento de Baleias Jubartes
O monitoramento aéreo das baleias jubarte no litoral brasileiro, feito em 2019 também na costa do Brasil, mostrou que a estimativa populacional da espécie diminuiu. No censo aéreo de 2015, a concentração de baleias jubarte no Brasil era cerca de 17 mil animais. No ano passado, o número caiu para 14.618. Para Milton Marcondes, coordenador de pesquisa do Instituto Baleia Jubarte (IBJ), a redução da presença da espécie ainda precisa ser melhor estudada. “Estamos avaliando se o crescimento da população das baleias está se estabilizando ou se não conseguimos ter uma estimativa mais precisa, em função de diversos fatores externos. Foi uma temporada atípica, e ainda é cedo para concluir a causa da redução do número”, pondera Marcondes.
Realizado pelo IBJ, com apoio da Veracel, o monitoramento tem cumprido uma agenda positiva que amplia as ações exigidas pelos órgãos ambientais. No ano passado, por exemplo, a empresa aproximou em cerca de 7 milhas náuticas a rota de navegação de suas barcaças na costa, no trecho que vai de Belmonte a Prado, ambos municípios da Bahia. Essa medida contribuiu para a redução do risco de choque entre as baleias jubartes e a barcaça de celulose.
De acordo com Tarciso Matos, coordenador de Meio Ambiente e Licenciamento da Veracel Celulose, toda a batimetria do fundo marinho realizada para o estabelecimento de uma rota segura é fruto de muitos esforços, investimentos e estudos. “A rota aproximada traz benefício ambiental, com a navegação por áreas com menor densidade de baleias; econômico, com ganho operacional de redução do tempo de viagem; e social, pois, constantemente, é realizado diálogo com diversas associações e colônias de pescadores para a mitigação dos impactos e auxílio humanitário”, afirma, referindo-se a uma ação social realizada pela Veracel com o apoio da parceira Etno Consultoria.
Reduzir os riscos de choque com o animal é uma preocupação antiga da Veracel. Desde 2011, o monitoramento de baleias passou a ser feito por um observador embarcado no empurrador da barcaça que transporta a celulose do Terminal Marítimo de Belmonte até Aracruz, no Espírito Santo. Uma outra medida preventiva e inovadora está prevista para 2021:a instalação de uma câmera térmica na barcaça, que irá registrar os movimentos das baleias e de pequenas embarcações. Esse material irá alimentar um software, que emitirá alarmes sonoros diferenciados caso identifique qualquer obstáculo à frente da embarcação, seja uma baleia ou um barco pesqueiro, em um raio de até 2km. Com isso, o risco de colisão com as barcaças será bastante diminuído.
Sobre o BAMGES
O projeto BAMGES – acrônimo das siglas Bahia, Minas Gerais e Espírito Santos – abrange o chamado Corredor Central da Mata Atlântica, território onde esse bioma possui uma extrema riqueza biológica e abriga muitas espécies de distribuição restrita e ameaçadas de extinção. A expectativa é que, com o monitoramento padronizado e uso da mesma metodologia, os recursos sejam otimizados, assim como haja um refinamento de informações sobre o território.
Essa integração é fruto de uma parceria entre as empresas e a Casa da Floresta, consultoria que realiza os monitoramentos e que delineou toda a metodologia de padronização do levantamento. A coleta em campo e a análise dos dados serão feitos ao longo de três anos. A previsão é de que os primeiros resultados de 2019 sejam divulgados ainda no começo deste ano.
Fonte:A Gazeta Bahia