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Portadores da Síndrome de Down têm vez e voz em sessão na Câmara

Pelo terceiro ano consecutivo, Casa celebra a passagem do Dia Internacional da Síndrome de Down

“Nós só precisamos ter uma chance, uma oportunidade de mostrar do que somos capazes”, afirmou Cacai Bauer, influenciadora digital e portadora da Síndrome de Down, ao ler uma carta autoral na sessão especial em Comemoração ao Dia Internacional da Síndrome de Down. A atividade legislativa, na manhã desta quinta-feira (21), no Plenário Cosme de Farias, foi requerida pelo vereador Cezar Leite (PSDB). Os trabalhos foram abertos pelo presidente da Casa, vereador Geraldo Júnior (SD).
Pelo terceiro ano consecutivo à frente dessa sessão temática, o vereador Cezar Leite frisou que “a sociedade é para todas as pessoas”. Ainda em seu pronunciamento, destacou a importância da Lei Brasileira de Inclusão (LBI), falou da dificuldade de educar dois filhos com deficiência e pediu o ensino de Libras nas escolas públicas. Encerrou salientando que “as pessoas com Síndrome de Down têm sensibilidade e podem ocupar postos de trabalho”.
O presidente Geraldo Júnior destacou que o vereador Cezar Leite conhece bem a raiz do problema “e é por isso que ele ocupa a presidência da Comissão de Assistência Social e Direitos das Pessoas com Deficiência”.

Empoderamento

A influenciadora social Cailana Bauer, mais conhecida por Cacai Bauer, leu a “Carta do Empoderamento” contando um pouco da sua carreira artística e pedindo “uma educação realmente inclusiva, onde as deficiências possam ser compensadas”. Encerrou frisando que “nós só precisamos ter uma chance, uma oportunidade de mostrar do que somos capazes”. Ela atua num clipe dançando e cantando a música “Ser especial”.
Débora Gil, autodefensora da Apae Salvador, historiou sobre a causa da Síndrome de Down e lamentou que o preconceito para com a pessoa com um cromossomo a mais ocorre “por ignorância”. Afirmou ainda que “todos são iguais” e pediu: “Queremos estar inseridos na sociedade, por inteiro, e não pela metade”.
O diretor de Relações Públicas da SerDown, Álvaro Borges Neto, também mostrou que ter deficiência não impede de ocupar espaços na sociedade. Exemplificou com a própria história de vida num vídeo treinando boxe. Contou ainda que concluiu o Curso Técnico Profissionalizante de Recepcionista, no Senac. Ainda em sua fala, pediu uma salva de palmas para o vereador Cezar Leite.

Inclusão

A promotora Cíntia Guanaes, do Ministério Público do Estado da Bahia, disse que “precisamos de uma data para tirar as pessoas com Sindrome de Down da invisibilidade”. Sobre a LBI na educação, tema central da sessão comemorativa, afirmou que “a pessoa com deficiência tem que ocupar espaço na educação com sua individualidade”. 
A promotora frisou que a LBI esclarece alguns pontos da lei, mas o direito à educação já existe na Constituição. Afirmou ainda que “é preciso aceitar a pessoa com deficiência na sala de aula” e encerrou constatando que “o maior obstáculo é o preconceito”.
Para Lívia Borges, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, “é preciso ocupar os espaços públicos, pois todos são diferentes”. A mãe de Álvaro pediu para acabar com o preconceito e lembrou que tudo está assegurado na Constituição, na LBI e na convenção sobre os direitos da pessoa com deficiência.
Também participaram da sessão e integraram a mesa de trabalho as coordenadoras Jaqueline Barros (de Inclusão Educacional da Secretaria Municipal da Educação) e Itana Lima (de Educação e Ação Pedagógica da Apae) e o presidente da ONG Nicho Down, Jaime Córdova.
 

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