Religião

Fiéis participaram da Liturgia da Paixão na Catedral Basílica

Fotos: Sara Gomes e Emilly Lima

Nesta Sexta-feira Santa, marcada pelo jejum, pelo silêncio e pela oração, inúmeros fiéis participaram da Liturgia da Paixão, presidida pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, e concelebrada pelo padre Jonathan de Jesus.  A celebração, que é dividida em três partes – Liturgia da Palavra, adoração da Cruz e Comunhão Eucarística – aconteceu na Catedral Basílica, no Centro Histórico de Salvador.

Ao entrar na Catedral, em silêncio, Dom Murilo, padre Jonathan e os diáconos presentes se prostraram diante do altar. Em seguida teve início a Liturgia. Durante a homilia, o Arcebispo falou sobre os pecados que esmagaram Jesus e lembrou que a cidade de Salvador tem os olhares voltados para Jesus, que é o Amado Senhor do Bonfim. “A nossa cidade tem a maior facilidade de olhar para Aquele sobre o qual recaiu os pecados de todos nós, porque cultiva uma devoção que está profundamente arraigada nas tradições do nosso povo há quase três séculos: a devoção do Senhor do Bonfim. Quem é o Senhor do Bonfim? é aquele sobre o qual recaiu os pecados, foi esmagado por eles. Nós aqui estamos nessa tarde porque somos parte daquela família que Jesus doou o Seu sangue. Jesus, oferecendo-se ao Pai, nos tomou para Si; e agora quer nos oferecer para o Pai unidos a oferta que Ele faz de Si mesmo”, disse.

Após a homilia, Dom Murilo e o diácono Raimundo Moreno rezaram a Oração Universal, respondida pelos fiéis. As preces deste dia são pelo Papa, pela Igreja, pelos catecúmenos, pelos que sofrem, pelos que creem em Cristo e também pelos que não creem, pelos judeus e pelos que não reconhecem a Deus. Em seguida foi entronizada a cruz para adoração. Sob o refrão “Eis o lenho da cruz da qual pendeu a salvação do mundo. Vinde, adoremos”, o Cristo crucificado foi colocado no altar para a veneração dos fiéis, que formaram uma longa fila para beijar a imagem de Jesus

Fotos: Sara Gomes e Emilly Lima

Neste momento, outros fiéis que já participavam da Procissão com a Imagem do Senhor Morto, que havia saído da Igreja da Ordem Primeira do Carmo, chegaram em frente à Catedral Basílica. Conduzida por soldados da Marinha e do Exército, a imagem do Cristo, da autoria do artista plástico Francisco das Chagas, conhecido como O Cabra, havia percorrido algumas ruas do Centro Histórico. A imagem da Mãe de Jesus, sob o título de Nossa Senhora das Dores, também foi levada na procissão.

Após a beijação da cruz, quem estava na Catedral Basílica recebeu a Santa Comunhão. Na Sexta-feira da Paixão não há Missa, portanto as partículas consumidas haviam sido consagradas na Quinta-feira Santa, durante a Missa da Ceia do Senhor e do Lava-pés.

Todos que estavam na Catedral foram conclamados, pelo Arcebispo, a sair do templo para encontrar os fiéis que participavam da Procissão do Senhor Morto. Já do lado de fora, Dom Murilo proferiu um sermão. “O que Jesus contempla lá do alto da cruz? Em primeiro lugar Jesus contempla o Pai, o Pai que O abandonou. Ao menos, foi essa a sensação que Jesus teve e chegou a fazer isso em forma de pergunta: ‘meu Deus, meu Deus, porquê me abandonastes?’. Também esta situação de solidão Jesus viveu do alto da cruz, porque Ele quis passar por toda e qualquer possibilidade de sofrimento que o ser humano pudesse passar. E a gente sabe que não há sofrimento tão doloroso como esse de solidão”, afirmou.

Dom Murilo lembrou, ainda que, do alto da cruz Jesus contempla as mães que se dedicam no cuidado com a família e aquelas que choram pelos filhos; e também as avós e as religiosas, que são “mulheres consagradas que trabalham em hospitais, creches, asilos e orfanatos para cuidar de filhos que não são seus, mas que adotam como filhos”.

Após o sermão, a procissão seguiu até a rua da Ajuda, retornando para a Igreja da Ordem Primeira do Carmo.

Texto: Sara Gomes

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