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Coronavírus: O vírus que expôs nossas mazelas

O Brasil atingiu o triste titulo de epicentro mundial da pandemia do Coronavírus. Com números atualizados em 04 de junho em exatos 614.941 infectados, o país alcançou a triste marca de ser o 3º país no mundo em números de mortes, exatas 34.021 vidas perdidas.

São inúmeras mães, avós, avôs, pais e filhos mortos, muitos deles, sem sombra de dúvidas, mortos pela nossa incapacidade como país em oferecer aos nossos cidadãos as mínimas condições sociais de se viver em sociedade. Aqui temos favelas que nunca foram alvo de uma ação real de qualquer governo na busca da tão necessária reforma urbana, precários serviços de saúde, baixa escolaridade que impede as pessoas serem mais senhoras de si e de seus pensamentos e decisões e, por fim, uma classe politica errante, que não consegue, muitas vezes atender as demandas sociais mais básicas.

Além disso tudo, nossa desigualdade social é gritante. Os mais pobres têm dificuldade de acesso a saúde, esgotamento sanitário, renda básica baixa e um alto grau de informalidade. Tudo isso veio à tona, dificultando ainda mais qualquer ação estratégica de combate a pandemia.

Infelizmente, para piorar tudo, temos a velha mania de querermos sempre ser o maior em tudo: maior hidroelétrica, maior estádio, maior país do futebol e agora, o campeão da pandemia! Será que foi proposital?

Ora, desde os primórdios desta pandemia tem se afirmado e confirmado com exemplos práticos e reais de que somente o isolamento social seria capaz de frear o avanço da pandemia. Mas o que vimos? A mesma turma que acredita que a terra pode ser plana e que acham que estado e religião devem se misturar, atacarem a ciência, desrespeitarem e criticarem o isolamento social e pior, desencorajando, seja com atitudes, falas ou inação.

Adentramos numa crise política sem precedentes, com ataques a ordem democrática, incentivo das aglomerações, ataques a cultura, órgãos, pessoas e países.

Além disso, flertamos com a morte. Primeiro com a demora de se efetivar a transferência de renda básica as pessoas, segundo na forma de distribuição, concentrando em um único banco, provocando o que não se deveria neste momento: aglomeração. Além disso, em terceiro, tivemos dois ministros da saúde no período e agora, em plena crescente, não temos ministro nem plano de enfrentamento a pandemia. O que temos é o setor sofrendo uma clara intervenção, onde os boletins são claramente atrasados para que não sejam divulgados, numa atitude que lembra as pioras práticas de uma ditadura.

A pandemia levou a estados e municípios a fazerem suas ações praticamente isolados, sem apoio do governo central, dificultando a adesão ao isolamento, ato que poderia ter reduzido ainda mais a curva de contagio e transmissibilidade e já poderíamos estar saindo e flexibilizando as ações de isolamento, com segurança, leitos disponíveis e, principalmente, menos mortes!

Ao contrario disso, optamos pelo caminho errante, com desencontro de informações e estamos vendo a reabertura sendo programada, em plena ascendência da curva de contagio no país, e com quebras diárias de recordes de novos casos e mortes.

A verdade é que esta pandemia revelou quais são as nossas piores mazelas e a um custo doloroso, sobre vida de cidadãos irmãos brasileiros. É uma pena, perdemos a chance do titulo do país que melhor enfrentou a pandemia no mundo!

Vitor Gantois – Bacharel em Direito pela Universidade Católica do Salvador, pós Graduado em Direito Público Municipal, pós Graduando em Docência do Ensino Superior, Superintendente Adjunto da Defesa Civil do Estado da Bahia, militante politico, já coordenou inúmeras campanhas eleitorais e é observador da cena politica e do cotidiano. 

 

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