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Brasil é o 1º país a ter bebê gerado em útero transplantado de morta.

Mulher que nasceu sem útero deu à luz aos 33 anos, após ter o órgão transplantado.

Uma menina de quase 1 ano é a primeira – e até então única – criança gerada por uma mãe que recebeu um útero de doadora falecida. O procedimento foi realizado por uma equipe do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo e foi oficialmente relatado em artigo publicado nessa terça-feira (4) no periódico científico “The Lancet”.

A mãe, uma analista de recursos humanos que não quis ser identificada, de 34 anos, descobriu que tinha nascido sem útero aos 25, pouco depois de conhecer o atual marido, e pai da criança. A portadora da Síndrome de Rokitansky achava que nunca teria filhos naturalmente.

A mulher, no entanto, começou a alimentar a esperança em 2014, em contato com um grupo de mulheres sobre operações de transplante de útero na Suécia. Mesmo assim, achava que dificilmente teria acesso ao tratamento aqui no Brasil.

“Achava que isso ia demorar muito para chegar no Brasil, só daqui a dez anos ou mais, quando eu não teria mais idade para fazer”, contou ao ‘Globo’.

Mas ela estava enganada. Os médicos Dani Ejzenberg e Wellington Andraus, do Centro de Reprodução Humana do HC da USP, viajaram para Gotemburgo, na Suécia, para fazer um curso com Mats Brännström, profissional que liderou o desenvolvimento do procedimento na universidade da cidade.

De volta ao Brasil, os médicos seguiram com estudos em animais e logo iniciaram operações em seres humanos, mas com um diferencial: essas mulheres receberiam úteros de pessoas falecidas. Até então, as poucas histórias de sucesso do procedimento eram com transplantes do órgão de doadoras vivas.

“A vantagem de uma doadora falecida é que não temos o risco cirúrgico na retirada e ela é mais simples, mais curta e com um custo menor”, explicou Ejzenberg.

A nova mãe aconselha outras mulheres que querem engravidar a não perderem a fé. “Eu e meu marido estamos muito felizes. É um sonho realizado. Para estas mulheres que estão na fila, digo para não perderem a fé nunca. Hoje estou com minha filha nos meus braços, e amanhã podem ser elas”, disse. Duas mulheres com o mesmo problema dela aguardam por novos úteros.

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