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Retirada de ônibus no trajeto do metrô pode gerar demissão de mil rodoviários

A direção do Sindicato dos Rodoviários da Bahia recebeu com estranheza e preocupação as declarações do secretário da Casa Civil do Estado, Bruno Dauster, que cobra da Prefeitura a retirada de 100 linhas que fazem o mesmo trajeto do metrô. Para o Sindicato, uma medida como essa impacta fortemente a categoria rodoviária, já tão penalizada com a implantação dos novos modais sem discussão com a entidade e seus associados.

“No mínimo deveria se considerar uma realocação desses pais e mães de família”, declara o presidente em exercício Fábio Primo. Cem linhas de ônibus representam a retirada de circulação de 200 veículos e mais de mil trabalhadores demitidos. De acordo com levantamento do Sindicato, mais de 3 mil rodoviários já perderam o emprego após a licitação do novo sistema de transporte da capital e da chegada do metrô.

“Essa licitação foi mal feita, um ponto fora da curva, como o Sindicato vem denunciando desde antes da sua implantação”, enfatiza o diretor de imprensa da entidade, Daniel Mota. Para ele, o novo sistema aprofundou a crise no transporte de Salvador, não beneficiou os trabalhadores nem os usuários, e enfrenta críticas pesadas entre empresários.

O metrô, que deveria melhorar a situação, apresenta falhas. “O secretário quer obrigar a população a utilizar o modal. A retirada das linhas visa viabilizar economicamente o metrô, mas isso não pode ser feito às custas do sacrifício da população, que vai ficar sem transporte, e nem dos rodoviários que vão perder o emprego”, afirma o presidente licenciado da entidade e vereador de Salvador Helio Ferreira.

Helio lembra que em três apagões do metrô, a saída para a população foram as linhas de ônibus. “O metrô deveria significar uma melhoria substancial para a mobilidade da população, mas isso não está acontecendo exatamente porque as linhas que deveriam abastecer as estações de metrô foram reduzidas ou retiradas. A população tem muitas queixas”.

O Sindicato propõe ampliar a discussão e avaliar com base em estudos o impacto das medidas antes de serem adotadas, principalmente em um momento em que o país está mergulhado numa crise sem precedentes, com recorde histórico de desempregos.

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