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Arqueólogos descobrem acervo do século XIX no bairro do Santo Antônio

Um acervo de objetos do século XIX foi achado por arqueólogos no subsolo do Largo do Santo Antônio, no Centro Histórico de Salvador (CHS), área tombada como Patrimônio do Brasil (1984) pelo governo federal e chancelada pela Unesco como Patrimônio da Humanidade (1985). “Até agora, os achados são compostos por fragmentos de cerâmicas, faianças finas (cerâmica branca mais porosa que a porcelana), além de vidros, metais e porcelanas”, explica Railson Cotias, mestre em Arqueologia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS).
 
Segundo o especialista, os objetos encontrados são relacionados a usos domésticos, como de cozimento (cerâmica utilitária) ou de servir à mesa (faiança e porcelana). “Estamos analisando a camada em que estes objetos foram encontrados, a partir de 1,5 metro de profundidade, podendo ser provenientes das várias obras de urbanização da praça ou mesmo de alguma relação ao Forte de Santo Antônio, a edificação mais próxima”, relata Cotias. 
 
Requalificação 
 
O bairro de Santo Antônio passa por requalificação das principais vias: Rua Direita, Ladeira do Boqueirão e Largo. A iniciativa é do governo estadual, por meio da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder). “A requalificação beneficia 17 mil metros quadrados de ruas e calçadas, com rebaixamento subterrâneo de fios, vala e tubos para eletricidade e telecomunicações, além da remoção dos atuais postes”, afirma o diretor de Habitação e Urbanização Integrada (Dihab) da Conder, Maurício Mathias. 
 
O arqueólogo Railson Cotias lembra que também fez o Projeto de Monitoramento e Resgate Arqueológico da Requalificação da Rua Chile. Todas essas obras integram o Projeto ‘Pelas Ruas do Centro Antigo (CAS)’ coordenado pelo escritório da Dihab no Pelourinho. A iniciativa pavimenta vias e requalifica calçadas, com acessibilidade, totalizando R$ 124 milhões de investimentos do Governo do Estado, beneficiando 313 ruas, em 11 bairros do CAS, mais a Rua Chile e 17 ruas do CHS. 
 
Ação social 
 
“As prospecções continuarão em outros pontos do Largo até final de julho. Precisamos entender as camadas dos achados, o período dos acervos e suas associações e cronologias com contextos e grupos sociais”, diz Railson. Os locais de escavação são escolhidos por análise de fontes documentais (primárias e secundárias), iconografia, mapas, topografia e características da obra. 
 
A Conder faz ainda proteção e limpeza diária dos trechos das obras, com um setor social em diálogo permanente com a população via telefone (71) 3116-6760 e endereço [email protected]. Mais informações estão disponíveis no site da Conder.
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