Editorial

EDITORIAL: BRASIL CONTABILIZA MAIS DE 124 MIL MORTES POR COVID-19 EM 6 MESES, CERCA DE 689 POR DIA

O mais estarrecedor, é que governantes demonstram frieza e indiferença com tantas mortes.

Os primeiros registros de casos do novo coronavírus no Brasil, surgiram em meados de fevereiro deste ano. Considerando que estamos enfrentando a pandemia há cerca de 6 meses, com o rastro de mortes assolando todo o mundo, o Brasil contabiliza hoje, mais de 124 mil mortes pelo vírus, isso representa em média, 689 mortes por dia, em 180 dias de enfrentamento da crise.

O que mais causa espanto diante de um cenário de morte em massa como esse, é a indiferença que pode ser notado quase que na totalidade dos governantes no país, que passaram a adotar a “tática” de destacar casos recuperados, sem sequer, abordar sobre os óbitos.

Pior que isso! Várias vezes em discursos desumanos e sem o mínimo de respeito a dor de famílias enlutadas, governantes, a exemplo do Presidente Bolsonaro, soltam palavras grosseiras, como por exemplo:

“Vamos todos morrer um dia”

Bolsonaro se posiciona contra o isolamento social e dizia, nos primeiros meses da pandemia, que era preciso isolar apenas pessoas de saúde frágil.

No final de março, após um passeio que provocou aglomeração, o presidente disse: “Essa é uma realidade, o vírus tá aí. Vamos ter que enfrentá-lo, mas enfrentar como homem, porra. Não como um moleque. Vamos enfrentar o vírus com a realidade. É a vida. Tomos nós iremos morrer um dia.”

“E daí?”

No final de abril, o presidente foi perguntado por um repórter o que ele tinha a dizer sobre o recorde diário de mortes notificadas naquele dia. Ao que o presidente respondeu:

“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, disse, em referência ao seu nome, Jair Messias Bolsonaro.

Em seguida, o presidente perguntou se alguém gravava a entrevista ao vivo. Quando soube que sim, se direcionou a essa pessoa e disse que lamentava as mortes. “Lamento a situação que nós atravessamos com o vírus. Nos solidarizamos com as famílias que perderam seus entes queridos, que a grande parte eram pessoas idosas. Mas é a vida. Amanhã vou eu”, disse ele.

‘Cobre do seu governador”

No dia 10 de junho, enquanto conversava com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro mandou uma mulher que o questionava sobre o número de brasileiros mortos pela pandemia de covid-19 “cobrar do seu governador”.

Pelo Twitter, ele disse: ”lembro à Nação que, por decisão do STF, as ações de combate à pandemia (fechamento do comércio e quarentena, p.ex.) ficaram sob total responsabilidade dos Governadores e dos Prefeitos”.

”Não precisa entrar em pânico”

No início de julho, ao confirmar que contraiu covid-19, o presidente afirmou que sente “mal-estar, cansaço, um pouco de dor muscular”.

“Quanto a repouso, isso é particular meu. Eu não sei ficar parado. Vou ficar despachando por vídeo conferência”, afirmou o presidente, que diz estar se sentindo “impaciente”. “Eu estou impaciente, mas vou seguir os protocolos. O cuidado mais importante é com seus entes queridos, os mais idosos. os outros também, mas não precisa entrar em pânico. A vida continua”, afirmou.

Respeitar a vida é muito mais que retórica, ou até mesmo a ausência dela, como é o caso de Bolsonaro. Se não existe sentimento pela morte de alguém, que exista no mínimo respeito e bom senso.

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